Desde que o Google Chrome ficou com o pódio de browser mais utilizado — por mais de 63% das pessoas que navegam pela Internet, segundo o GlobalStat — nem o Microsoft Edge, que substituiu o Internet Explorer, foi suficiente para ressuscitar na Internet o poder da empresa fundada por Bill Gates. Por isso, esta quarta-feira, a Microsoft relançou o Edge. E não traz só um novo logo: também lhe mudou o código e serviu-se do Chromium, o programa base do Google Chrome, para garantir a estrutura do novo lançamento.

Mesmo com o Edge a substituir o Internet Explorer, os constantes memes a brincar com a falta de fiabilidade do browser provam que a Microsoft não conseguiu apagar a imagem lenta do seu icónico navegador. Solução: se não os consegues vencer… torna-te como eles? Parece que foi essa a filosofia da empresa americana.

Ao mudar para o Chromium, a Microsoft não fez uma mudança como em 2015, em que apenas tirou o código que restava do Internet Explorer do Edge, explica o CNET. Com esta mudança, a Microsoft passa a seguir os protocolos desenvolvidos por uma concorrente direta, a Google. Como o Chrome tem mais de 60% do mercado, a Microsoft também garante que o seu browser vai ter menos problemas de compatibilidade. Como este é o dominante, a maioria dos sites são preparados a pensar, primeiramente, no Chrome. E partindo do Chromium, a estabilidade estará mais provavelmente garantida.

Contudo, mesmo com a alteração para um código que ficou conhecido graças à Google, a Microsoft quer cativar os utilizadores fazendo uso de um valor que tem motivado as maiores críticas feitas ao Chrome: privacidade (cada vez mais cresce a desconfiança contra a Google pelo dados que armazena). “A sua privacidade é respeitada”, promete a Microsoft. Além disso, a empresa que detém o Windows garante também uma melhor integração com os seus serviços, como o gestor de contas de email Outlook.

No início, a Microsoft vai ter de convencer os programadores, além dos utilizadores finais, de que valerá a pena criar sites a pensar neste browser. Entretanto, e como é costume nestes lançamentos, já há problemas reportados — os bugs (erros informáticos). Resta ver se é desta que a empresa que conseguiu ser líder no mercado dos browsers com o Internet Explorer — apesar de o ter feito com táticas menos recomendáveis — vai conseguir concorrer contra os principais atualmente: Chrome (Google), Safari (Apple) ou Firefox (Mozilla).

Nas próximas semanas, os utilizadores do Windows 10 que naveguem na internet através do Edge vão ter este software atualizado para a nova versão. O novo browser está disponível para PC, Mac e para smartphones com os sistemas operativos Android e iOS.

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