A Mercedes é um dos fabricantes de automóveis mais respeitado do mercado, com experiência e tecnologia suficientes para contornar eventuais dificuldades que lhe surjam pela frente. Por isso, foi sem surpresa que alinhou pelos que criticaram a Tesla, quando o construtor americano lidou com problemas no arranque da fabricação do Model 3. Contudo, agora é a marca alemã que está a enfrentar dificuldades em atingir os volumes que anunciou para o seu primeiro modelo 100% eléctrico, o EQC.
A principal marca do grupo germânico Daimler tinha previsto fabricar 25.000 SUV eléctricos em 2019, o que para um fabricante com a sua experiência, seria comparável a um passeio pelo parque. Porém, agora que o ano terminou, foi com surpresa que se confirmou que as vendas se ficaram por apenas 7.000 unidades, um desaire de proporções consideráveis, a 72% do objectivo, de acordo com a Manager Magazin.
Para evitar a repetição das más notícias, a mesma fonte avança que a Mercedes terá optado por reduzir a metade a produção agendada para 2020 do EQC, que chegou a estar prevista para 60.000 veículos. Segundo a revista alemã, esse objectivo teria sido adiado para 2021, pois este ano os alemães não esperariam ultrapassar as 30.000 unidades do SUV, construído com base na plataforma GLC e produzido na mesma linha de montagem. A publicação adianta ainda que os atrasos se devem à dificuldade da LG Chem, que fornece as células para a bateria, de responder à procura que existe por este tipo de produto.
A LG Chem ainda não reagiu à notícia, mas a Mercedes tratou, entretanto, de garantir que os planos da marca em nada se alteraram. Através do porta-voz Joerg Howe, a marca reafirma que “a Daimler planeia produzir cerca de 50.000 Mercedes-Benz EQC em 2020″.
Recorde-se que o lançamento do EQC foi prejudicado por problemas de produção, incluindo um recall em Outubro passado, depois de ter sido identificado um parafuso potencialmente defeituoso no diferencial. A isso há que somar o facto de o lançamento do Mercedes EQC, nos EUA, ter sido atrasado (2021), também devido a alegados problemas de produção.
Enquanto isto, a Mercedes vê a Tesla – cuja capitalização bolsista já ultrapassou o da própria Daimler – fabricar quase 400.000 veículos em 2019, valor que deverá duplicar em 2020 com o arranque da Gigafactory 3 na China e o início da produção do Model Y, ambas a correr melhor do que o esperado.