O instituto Camões vai apoiar o ensino de língua portuguesa em São Tomé e Príncipe, de acordo com um programa de três anos avaliado em três milhões de euros, e que foi lançado esta sexta-feira na capital são-tomense.
O presidente do Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, Luís Faro Ramos, apresentou o Programa de Apoio Integrado ao Sistema Educativo (PAISE-STP), tendo ainda assinado um protocolo de cooperação para o ensino da língua portuguesa com a Universidade de São Tomé e Príncipe.
“Nós temos aqui [na Universidade de São Tomé] a funcionar um centro de língua portuguesa e basicamente o que o protocolo contempla é institucionalizar as obrigações de uma parte e da outra, naquilo que diz respeito ao ensino da língua portuguesa através do nosso leitorado e o nosso centro de língua aqui na universidade”, explicou o diplomata português.
O presidente do Camões, organismo público português dedicado à cooperação e promoção da língua, lembrou que as duas partes já tinham um protocolo anterior datado dos anos de 2008 “e agora tratou de oficializar uma união de facto que já vinha de há alguns anos”.
Quanto ao Programa de Apoio Integrado ao Sistema Educativo, o responsável português considerou-o como “um programa ambicioso, um programa integrado de apoio ao setor da educação em São Tomé e Príncipe, em que o Camões dá um investimento de cerca de três milhões de euros em três anos”.
Luís Faro Ramos lembrou que nos últimos 10 anos, o Camões investiu em São Tomé e Príncipe cerca de 40 milhões de euros, na área da educação.
Este novo programa vai ser executado em parceria com o Instituto Marquês de Valle Flor e as universidades portuguesas de Aveiro e Évora, parceiras neste projeto.
É um projeto ambicioso e integrado. Não abrange só o ensino secundário, abrange também o ensino superior. Paralelamente nós estamos a trabalhar com a Direção Geral do Ensino Superior de São Tomé e Príncipe para colocar uma assessoria portuguesa nos domínios que interessam a essa direção geral”, explicou Luís Faro Ramos.
O responsável português deslocou-se a São Tomé para uma visita de pouco mais de 24 horas durante a qual participou na abertura das oitavas jornadas de Otorrinolaringologia e proferiu uma palestra sobre “A Língua Portuguesa, Hoje e Amanhã” na Escola Portuguesa de São Tomé.
Participou igualmente na inauguração do serviço de dermatologia do Hospital Ayres de Menezes, cuja reabilitação e equipamento contou com o financiamento da embaixada da Hungria e da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.
“É uma visita curta mas muito intensa”, afirmou Faro Ramos, que salientou que a cooperação com São Tomé e Príncipe “é muito completa”.
“Temos a cooperação bilateral com projetos na área da saúde, educação e outros, temos uma cooperação multilateral, delegada da União Europeia com projetos que ou têm relação exclusiva com São Tomé, nomeadamente das fileiras agrícolas ou têm relação com todos os países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste, como é o projeto Procultura, e ainda temos a cooperação triangular com a Colômbia na área do agroturismo e do cacau”, concluiu.