O Benfica está no primeiro lugar da Liga com mais quatro pontos do que o segundo, está na final da Taça de Portugal e está nos 16 avos de final da Liga Europa. Em fevereiro, a equipa de Bruno Lage está em três frentes ativas, com o objetivo real de conquistar duas delas e com a vontade de chegar o mais longe possível na terceira. Ainda assim e não obstante, torna-se cada vez mais evidente que o Benfica está a atravessar o pior momento da temporada no que aos níveis exibicionais diz respeito.

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Esta terça-feira, contra o Famalicão, os encarnados garantiram a passagem à final da Taça de Portugal, algo que não acontecia desde 2016/17 (temporada em que acabaram por derrotar o V. Guimarães no Jamor e conquistar o troféu). Ainda assim, o Benfica não conseguiu vencer em Famalicão, sofreu nos últimos dez minutos para manter a vantagem na eliminatória e nunca soube assumir o verdadeiro controlo do jogo, marcando no último remate enquadrado que fez à baliza adversária. A fragilidade defensiva, principalmente no lado esquerdo de Ferro e Grimaldo, é cada vez mais evidente, a falta de intensidade na hora da perda de bola é preocupante e a escassez de preponderância de Vinícius levanta questões.

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Mais do que isso, o Benfica leva dois jogos seguidos sem vencer pela primeira vez na temporada, sofreu golos nos últimos quatro encontros e permitiu um empate ao Famalicão pela primeira vez desde 1992. Na flash interview, Bruno Lage reconheceu que a equipa de João Pedro Sousa foi superior em alguns momentos.

“Na segunda parte tudo mudou. O Famalicão esteve melhor, nós começámos a baixar linhas, não pressionámos como gostaríamos, perante um adversário fresco, a tentar explorar a largura e a puxar a bola de um lado para o outro. A imagem disso mesmo é o golo, em que a bola vai de um corredor ao outro. E realmente temos de dizer que o Famalicão esteve bem ofensivamente e encostou-nos às cordas. A equipa [do Benfica] geriu em termos emocionais o jogo, pois com o 3-2 e o 1-0 a coisa podia ficar para o nosso lado (…) Da nossa parte não foi a exibição que temos vindo a fazer, especialmente no aspeto ofensivo, mas procurámos o resultado que nos permitia chegar à final”, disse o treinador encarnado, que voltou a sublinhar que “o mais importante era passar”.

“É uma final que todos querem jogar. Eu e mais uns quantos que estiveram na equipa B vão lá pela primeira vez. Agora é aguardar pelo adversário. Hoje o mais importante era sair de um resultado não tão bom, jogar perante uma excelente equipa que, tenho de dizer isto, nos colocou imensos problemas na segunda parte. Nós não pressionámos como devíamos e senti a equipa em termos emocionais a segurar o resultado baixando as linhas e ficando junto da baliza. O mais importante, mesmo assim, foi chegar à final”, concluiu Lage.

O Benfica garantiu a presença na 37.ª final da Taça de Portugal da história do clube, sendo que conquistou o troféu 26 vezes e perdeu no jogo derradeiro em dez ocasiões. No Jamor, vai encontrar ou FC Porto ou Académico de Viseu: as duas equipas encontram-se na segunda mão das meias-finais já esta quarta-feira, no Dragão, para decidir quem segue para a final depois de um empate no primeiro jogo.