A líder parlamentar do PAN tem esperança que a “legislação possa vir salvar” aquilo que considera uma “opção desastrosa do ponto de vista ambiental”: a construção do novo Aeroporto no Montijo. No programa Vichyssoise, da Rádio Observador, Inês Sousa Real recorda que, caso avance, o aeroporto “penhora um habitat único“, passando por “cima de uma rota migratória de mais 200 mil aves”. A deputada acrescenta ainda: “O secretário de Estado já disse que os pássaros não são estúpidos, esperemos que o Governo seja inteligente na opção que tomar”.
Inês Sousa Real diz que não vê mal nenhum que o governo possa agora “parar” e “refletir” para desistir da opção Montijo para a construção de um novo aeroporto. Para o PAN a solução passa por não construir qualquer novo aeroporto na área de Lisboa, mas “aproveitar infraestruturas já existentes como é o caso de Beja e apostar na ferrovia”, numa opção que, destaca, também iria ajudar ao “desenvolvimento do interior”. Para a líder de bancada do PAN também não faz sentido “expandir o próprio Aeroporto da Portela”, já que se está a “penalizar a qualidade de vida das pessoas sem qualquer estudo.”
Sobre a Eutanásia poder ser travada por ser inconstitucional, Inês Sousa Real diz que a Constituição “tem também do ponto de vista dos valores, de olhar para a dignidade das pessoas”. A deputada do PAN reconhece que “há um debate que tem de ser feito” em torno desta questão, mas o debate na “especialidade” dará essa possibilidade, com a audição de especialistas.
A líder parlamentar do PAN explicou também porque o partido defende penas mais duras para maus tratos animais: “Por exemplo, maltratar um animal tem pena inferior do que se eu destruir o telemóvel de quem está aqui presente, ou se eu quiser salvar um animal num dia de calor e partir o vidro do carro. Tenho pena maior do que tem a pessoa se o animal morrer”.
Sobre a equiparação da violência contra pessoas e animais, Inês Sousa Real lembra que muitas vezes a violência contra animais também pretende violentar um humano, lembrando o caso do homem que matou uma cadela para se vingar da antiga companheira. A deputada do PAN rejeita priorizar os animais face aos humanos: “Dizem sempre: ‘Lá vêm os maluquinhos dos animais’, que põem os animais à frente das pessoas. Não é nada disso.”
A deputada do PAN comentou também o problema de existência de matilhas que atacam pessoas, que se terá agudizado depois de ter sido proibido o abate em canis, rejeitando responsabilidade da lei promovida pelo PAN: “Não foi o fim dos abates dos canis que veio criar um problema, tem sido a inércia das autarquias. A ausência de políticas públicas que esterilizem os animais é que levou a esta situação”.
O carne ou peixe desta edição da Vichyssoise foi, na verdade, um tofu ou seitan e logo aí Inês Sousa Real manifestou uma preferência: “Bifana de seitan é muito bom. Se estiver com pressa, é ótimo.” Sobre se partilhava a ideia de André Silva de que “há características mais humanas num chimpanzé do que numa pessoa em coma”, Inês Sousa Real disse que a frase tinha um contexto académico, destacando que naturalmente que a pessoa tem características inigualáveis. Inês Sousa Real preferia levar Sousa Tavares a uma aula de Biodanza do que João Moura, que considera um caso perdido: “Tenho esperança que o caçador Miguel Sousa Tavares desperte para uma capacidade de empatia com animais da caça.”