Cientistas da Universidade Nova de Lisboa descobriram como funciona uma proteína que é capaz de retirar dióxido de carbono da atmosfera, uma função aperfeiçoada ao longo de milhões de anos que poderá agora ser catalisada.

“As plantas, os solos e os oceanos são alguns dos responsáveis por esta remoção, mas não são suficientes para atingir o objetivo” de atingir até 2050 a neutralidade de emissões na Europa, afirmou a investigadora Inês Cardoso Pereira, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, que liderou o estudo com Maria João Romão, da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

Na investigação publicada na revista científica ACS Catalysis, descreve-se como os investigadores foram à procura de uma bactéria comum em solos e ambientes marinhos e no intestino humano, a Desulfovibrio vulgaris.

Este tipo de bactéria emprega enzimas que transformam o dióxido de carbono num combustível químico equivalente ao hidrogénio a que se chama formato.

A bactéria estudada pelas equipas da Universidade Nova é especialmente ativa nesta função de redução de dióxido de carbono e invulgarmente estável mesmo na presença de oxigénio.

“Perceber o funcionamento deste processo biológico com milhões de anos de evolução pode dar-nos a chave para o desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a redução dos níveis atmosféricos de dióxido de carbono”, referiu Inês Cardoso Pereira em comunicado da instituição de ensino superior.

O rumo da investigação será modificar a enzima estudada para a melhorar e poder introduzir no mercado.

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