Depois da Ordem dos Médicos, é a Ordem dos Enfermeiros (OE) a lançar um apelo a todos os seus membros para que reforcem o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Aos enfermeiros — incluindo aqueles que se encontram no desemprego —, o pedido é que reforcem especificamente as unidades de cuidados intensivos e a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

O apelo foi feito esta segunda-feira. Para os cuidados intensivos, a OE pede enfermeiros com “experiência” na área que “se encontrem em unidades de cuidados de saúde primários e que possam, temporariamente, em regime de mobilidade, reforçar as unidades de cuidados intensivos”, lê-se em comunicado. Já para os cuidados continuados integrados, a OE solicita “todos os enfermeiros que se encontrem desempregados e que possam, de imediato, reforçar as unidades de RNCCI”.

Os enfermeiros, sendo os profissionais que se encontram na primeira linha de contacto com todos aqueles que procuram os serviços, são chamados a desempenhar um papel fundamental neste momento de emergência”, lê-se no comunicado.

A OE criou um formulário onde os enfermeiros “interessados” se devem inscrever, fornecendo os dados pessoais e o número de cédula profissional, mas também detalhar a sua experiência em cuidados intensivos e dizer se se encontra desempregado.

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O formulário disponibilizado pela OE para que os enfermeiros interessados se possam inscrever

No email enviado aos enfermeiros, a que o Observador teve acesso, a OE lembra que o novo coronavírus “já representa” uma “ameaça para a saúde pública nacional”. E, por isso, “compete à Ordem dos Enfermeiros e à totalidade dos seus membros, em articulação com as autoridades de saúde e as entidades competentes, colaborar na efetiva implementação das medidas de contenção consideradas adequadas”.

A bastonária, Ana Rita Cavaco, deixou ainda um agradecimento “a todos e a cada um dos enfermeiros, pelo elevado sentido de serviço, disponibilidade, profissionalismo e dedicação, especialmente demonstrados numa situação de especial adversidade como a que vivemos”, lê-se no comunicado enviado.

[Acompanhe aqui ao minuto as últimas atualizações sobre o surto de Covid-19 em Portugal]

Sobe para 331 o número de infetados. Mais 86 do que no domingo

Já na semana passada, também a Ordem dos Médicos tinha feito um apelo semelhante. Numa carta dirigida a todos os médicos, o bastonário Miguel Guimarães pedia que todos os membros reforçassem a capacidade de combate ao surto da Covid-19, pedindo aos médicos que estão fora do SNS e fora do ativo que se mobilizassem.

Esta segunda-feira, no dia em que surge o apelo aos enfermeiros, o mais recente balanço em Portugal dá conta de 331 infetados com o novo coronavírus, 364 pessoas a aguardar resultados e 4592 mil em vigilância.