Uma jovem de 16 anos morreu com Covid-19 em França, tornando-se na vítima mais jovem do novo coronavírus em França e possivelmente em todo o mundo. Antes dela, na quarta-feira, já uma jovem de 18 anos tinha morrido no Reino Unido com o novo coronavírus, apesar de ter sido uma pessoa saudável até ter sido infetada.

A jovem, identificada como Julie A., vivia num subúrbio parisiense. A sua mãe, Sabine, falou à AFP, onde garantiu que a sua filha apresentava apenas sintomas ligeiros — mas, ainda assim, associados à Covid-19. “Ela só tinha tosse”, disse Sabine, em declarações àquela agência.

A tosse apareceu há uma semana, tendo Julie tentado curá-la com xarope e vapores. Depois, no sábado (21 de março) começou a ter problemas respiratórios. “Nada de grave, mas começou a ficar sem fôlego”, informou a mãe. No domingo (22 de março), a mãe levou-a a uma clínica privada, onde lhe foi diagnosticada uma insuficiência respiratória “aceitável”, tendo ainda assim chamado uma ambulância.

Julie foi levada para um hospital generalista e no mesmo dia para um Hospital Pediátrico Necker, onde lhe fizeram dois testes à Covid-19. Deram ambos negativos. Na terça-feira (24 de março), Julie foi transferida para a unidade de cuidados intensivos. “Dói-me o coração”, Sabine diz ter ouvido a filha dizer-lhe. Porém, com os dois diagnósticos negativos à Covid-19, a família estava confiante de que mais cedo ou mais tarde Julie teria alta.

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Porém, na noite de terça-feira, receberam uma chamada em casa: um terceiro teste tinha dado positivo. Julie tinha Covid-19. “Não acreditámos. Pensávamos que eles se tinham enganado. E porque é que estes resultados chegaram tão tarde”, recordou a mãe da criança à AFP. Por volta da meia-noite, a família apressou-se para sair de casa e ir ter com a filha ao hospital. Quanto chegaram, por volta da 1h00 de quarta-feira, Julie já estava morta.

A morte de Julie foi anunciada pelo diretor-geral de Saúde de França, Jerôme Salomon, esta quinta-feira à noite, na conferência de imprensa diária para fazer o balanço do novo coronavírus no país. “Compreenderão que evidentemente não posso dar detalhes”, disse à altura o responsável, referindo ainda assim que a morte de uma pessoa daquela idade com Covid-19 é algo “extremamente raro”.

OMS avisa jovens: “Não são invencíveis” e podem “passar semanas num hospital, ou até morrer”

A 21 de março, perante um aumento dos casos de jovens infetados, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha deixado uma mensagem diretamente para os jovens:

“Vocês não são invencíveis. Este vírus pode deixar-vos no hospital durante semanas ou até matar-vos. E, mesmo que não fiquem doentes, quando decidem se vão ou não a um sítio isso pode significar a diferença entre outra pessoa morrer ou sobreviver”.

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