Das paredes do hospital para fora, chama-se simplesmente assim — senhor “P”. É um homem, tem 101 anos e passou a última semana internado em Rimini, no nordeste de Itália, após ter testado positivo para o novo coronavírus. As estatísticas não estavam a seu favor. Mas o senhor “P” superou-as e recuperou da COVID-19, tornando-se um símbolo de “esperança pelo futuro”.
As palavras são de Gloria Lisi, vice-presidente da Câmara de Rimini, que contou ao jornal local Rimini Today a história do senhor P. “Ele conseguiu”, disse ela: “A família levou-o para casa ontem à noite [quinta-feira]. E ensina-nos que nem mesmo aos 101 anos temos o nosso futuro escrito”.
Talvez o espírito de sobrevivência tenha nascido com ele. Quando veio ao mundo, a Gripe Espanhola já tinha começado a espalhar-se pelo mundo e a vitimar milhões e milhões de pessoas, fazendo desta pandemia a pior da modernidade. Mas o senhor “P” resistiu, tal como agora escapou à COVID-19.
Ainda em Itália, em Génova, Lina também está entre os recuperados da nova pandemia. Tem 102 anos. Quando nasceu, a Primeira Guerra Mundial ainda abalava o planeta. Depois ainda assistiu à II Guerra Mundial, Guerra Fria, Guerra do Vietname e todos os grandes conflitos do século XX. Este ano foi diagnosticada com o novo coronavírus. E sobreviveu a mais uma batalha.
Lina vive num lar de idosos e, há duas semanas começou a sentir-se mal. Ao início, os médicos suspeitaram de uma insuficiência cardíaca, mas quando se começou a queixar de dificuldades respiratórias decidiram testá-la para o SARS-CoV-2. Deu positivo. Havia “pouca esperança” para Lina, admitiram os médicos à Sky TG24. Mas ela deu a volta e transformou-se num “sopro de esperança na tempestade”.
Não são caso único. Em Espanha, onde a luta contra a pandemia do novo coronavírus se tem revelado dura, Máxima, uma centenária de Albacete, teve alta do hospital após duas semanas de internamento. Teve os primeiros sintomas a 15 de março, testou positivo para o SARS-CoV-2 e começou uma batalha que milhares de pessoas em todo o mundo não conseguiram ultrapassar. Mas Máxima sobreviveu.
O segredo? Os medicamentos, a bateria de exames, a constante atenção que os profissionais de saúde lhe deram, garante o filho ao El Diario de Albacete. Mas não só: “Acho que aguentou com o coronavírus por causa do mau feitio de quem”, brincou Juan Antonio.