Os grupos independentistas e nacionalistas da Catalunha, da Galiza, do País Basco e de Valência vão voltar a pedir ao Congresso que crie uma comissão para investigar as “alegadas ilegalidades” da Casa Real espanhola.
O porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) no Congresso, Gabriel Rufián, anunciou o pedido numa publicação feita esta terça-feira na rede social Twitter, depois de saber que a Mesa do Congresso rejeitou, de novo, uma iniciativa naquele sentido.
Los grupos firmantes anunciamos q la volveremos a presentar las veces q haga falta.
Nadie tapará sus vergüenzas aprovechando esta crisis.
E interpelamos a los 2 partidos de Gobierno. Ningún Gobierno progresista q se precie puede seguir tapando esto.
Q haréis @PSOE y @PODEMOS? https://t.co/GXuqTN99Sv
— Gabriel Rufián (@gabrielrufian) March 31, 2020
Há duas semanas, a Mesa do Congresso decidiu o mesmo, com os votos contra do Partido Socialista Operário Espanhol (no poder), Partido Popular (conservador) e Vox (extrema-direita).
Juntos, os três partidos somam seis dos nove representantes da Mesa (os outros três são do Unidas Podemos (esquerda radical, que integra, com o PSOE, a coligação governamental.
Na publicação no Twitter, Gabriel Rufián instou o PSOE a mudar o sentido de voto e a agir como “um governo progressista”, que “não pode continuar a encobrir” o que se passa na monarquia espanhola.
Os socialistas têm reiterado que se opõem a qualquer iniciativa que passe por investigar a monarquia porque a Constituição não o permite.
A lei fundamental consagra a inviolabilidade da Chefia de Estado e a jurisprudência do Tribunal Constitucional espanhol dita que essa inviolabilidade é permanente, tenha o rei abdicado ou não do trono.
Com base naquele entendimento jurídico, a Mesa do Congresso rejeitou já várias petições para criar uma comissão de investigação.
Apesar disso, os signatários da mais recente — ERC, Juntos pela Catalunha (JxCat), Euskal Herria Bildu (EH Bildu, basco), Partido Nacionalista Basco (PNV), Compromís (Valência), Bloco Nacionalista Galego e Más País (partido de esquerda, ecologista e feminista formado em setembro de 2019) — voltarão a apresentar a reivindicação “as vezes que forem necessárias”, garantiu Gabriel Rufián.