Um novo estudo da Academia Nacional de Ciências norte-americana sugere que, afinal, o novo coronavírus pode viajar pelo ar e não apenas através de gotículas emitidas durante o espirro ou a tosse. Na verdade, o simples ato de conversar ou respirar pode ser suficiente para transmitir o novo coronavírus em gotículas mais pequenas.

As conclusões foram retiradas após uma revisão literária aos estudos científicos publicados sobre o tema e foram noticiadas pela Science. Numa carta enviada à Casa Branca, o comité para as doenças infecciosas da Academia afirmou que “os resultados [dos estudos] são consistentes com a aerossolização do vírus pela respiração normal”.

Até agora, as autoridades de saúde — incluindo a Direção-Geral da Saúde — repetiram que o novo coronavírus viaja em gotículas maiores, com pelo menos um milímetro de diâmetro; mas que, à conta da força da gravidade, acabam por assentar no chão ao fim de um a dois metros.

Mas um dos estudos citados pela Academia norte-americana sugere que o agente patogénico também pode ser encontrado em gotículas com menos de cinco micrómetros (ou 0,001 milímetros) e que podem ficar suspensas no ar durante três horas sem que o vírus perca a sua capacidade infecciosa.

No entanto, esta revisão literária baseia-se em estudos científicos que não são conclusivos, como os próprios autores admitem. Aliás, o aviso feito pela Academia Nacional de Ciências foi criticado pela Organização Mundial de Saúde. Segundo ela, apesar de essa forma de transmissão ser “possível em circunstâncias específicas”, uma análise a 75 mil casos na China não encontrou casos de transmissão por aerossolização do vírus.

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