No espaço de apenas duas semanas, até à última quinta-feira, o número de novos desempregados que surgiram nos EUA equivale a toda a população de Portugal. Um primeiro recorde foi batido na semana anterior, com uns impressionantes 3,2 milhões de novos pedidos de subsídio, e na última semana disparou outra vez — mas para o dobro, com 6,6 milhões de pessoas a pedirem ajuda por terem ficado sem trabalho.
Estes números correspondem a várias vezes o número de desempregados que surgiram durante a crise financeira global de 2008/2009 e, também, como consequência da crise de 1982: altura em que só numa semana surgiram 690 mil novos desempregados.
Dez milhões perderam o emprego em 15 dias nos EUA. É um Portugal inteiro e nunca se viu nada assim
O jornal The New York Times impressionou nos últimos dias quando contornou o fundo e (quase toda) a lateral direita da primeira página do jornal com a subida vertiginosa de um gráfico que ilustrava a evolução dos novos pedidos de subsídio de desemprego, um dado que sai semanalmente à quinta-feira nos EUA.
Mas nos últimos dias um economista norte-americano, Len Kiefer, ligado à entidade de crédito hipotecário Freddie Mac, publicou no Twitter um gráfico animado em que ilustra estes dados dos jobless claims numa perspetiva histórica. Só no final da animação, quando o afastamento do gráfico faz surgir os dados das últimas semanas, é que se constata o contraste com as médias semanais neste indicador.
Updated: Initial jobless claims as number 1/2 pic.twitter.com/VoQ3hye1LT
— ???? Len Kiefer ???? (@lenkiefer) April 2, 2020
Este gráfico (na versão sazonalmente ajustada), já foi repetido no Twitter mais de duas mil vezes. Até o britânico Jeremy Clarkson, vedeta do programa de automóveis Top Gear, já retweetou a imagem animada.
Jesus H Fucking Christ https://t.co/r9JAFSQUBh
— Jeremy Clarkson (@JeremyClarkson) April 4, 2020
[Vídeo: nos EUA, já há filas de vários quilómetros para bancos alimentares:]