Mais de 7 mil voluntários responderam ao apelo do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) para ajudar durante a pandemia de Covid-19, anunciou esta terça-feira o ministro da Defesa, indicando que têm estado no Hospital das Forças Armadas e no apoio social.
João Gomes Cravinho foi esta terça-feira ouvido na comissão parlamentar de Defesa Nacional e, em resposta ao PAN e ao CDS-PP, adiantou que disponibilizaram-se “cerca de 7.700 pessoas”. De acordo com o governante, quando o fizeram, “responderam a um conjunto de perguntas”, pelo que serão “distribuídos de acordo com as suas próprias preferências” e a “disponibilidade dos voluntários”.
Ao fazerem a sua proposta, indicam os locais e unidades militares de preferência para fazerem o seu trabalho, e isso foi tido em conta”, explicou, assinalando que “fá-lo-ão mais próximo dos seus locais de residência”.
Até agora, os voluntários têm exercido funções no Hospital das Forças Armadas e no Instituto de Ação Social das Forças Armadas, revelou Gomes Cravinho, apontando que, “entrando em funcionamento os centros de acolhimento, têm já uma base de voluntários que podem chamar para entrar ao serviço, dar apoio”.
Gomes Cravinho indicou igualmente que, relativamente aos militares que estão na reserva por terem uma licença especial para efeitos eleitorais, eles “são chamados, não há um cancelamento automático, há um cancelamento atendendo à necessidade de chamar essas pessoas”.
No que toca aos médicos nestas condições, incluindo o presidente do Sporting, Frederico Varandas, foram 13 os que “regressaram às fileiras”, acrescentou o governante. O ministro assinalou ainda que os militares estão a distribuir refeições a pessoas em situação de sem-abrigo, tendo sido distribuídas “3.706 refeições”.
Apesar de por agora este apoio ser disponibilizado apenas em Lisboa, o Ministério está “à disposição das autarquias” para alargar a outros pontos do país, “dependendo da capacidade específica nessa região”.
Nesta audição, todos os partidos elogiaram a prestação que as Forças Armadas têm tido durante o estado de emergência decretado devido à pandemia de Covid-19, mas o ministro da Defesa Nacional foi questionado várias vezes sobre “o incidente de Vila Real”.
Os deputados de diversas forças políticas referiam-se a uma notícia do jornal Correio da Manhã, publicada na terça-feira, e que dava conta de que a PSP transmitiu uma ordem aos comandos por todo o país, rejeitando que os militares em apoio à Proteção Civil andem armados. De acordo com a publicação, isto aconteceu dias depois de elementos armados do Exército terem montado um perímetro de segurança no lar de Vila Real, enquanto este era descontaminado por militares daquele ramo.
Sobre isto, o ministro da Defesa Nacional explicou que “o que aconteceu foi uma simples réplica de um procedimento normal”, que “foi rapidamente sanado”. “Justificando-se as circunstâncias, não há nenhum tabu sobre a utilização de armas por militares na via pública”, assinalou.
Salientando que “houve centenas de interações” entre as Forças Armadas e as forças de segurança e apenas se registou um incidente, o governante falou em “total convergência” entre os militares e a PSP e num “grande conforto de parte a parte”.
Apontando que existe “um canal de comunicação” entre as forças de segurança e os militares, João Gomes Cravinho assinalou que qualquer “divergência é dirimida no plano político”, entre si e o ministro da Administração Interna, o que até agora ainda não foi preciso.