Os lesados do BES estão a preparar um pedido de indemnização milionária que tem em vista 1,8 mil milhões de euros de bens arrestados a Ricardo Salgado e a ex-administradores do banco, todos eles arguidos no processo-crime no Universo Espírito Santo, escreve esta sexta-feira o Jornal Económico. A acusação do processo deverá ser deduzida até junho.

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O pedido cível por danos morais tem na mira a quantia mencionada em numerário, aplicações financeiras, imóveis, veículos automóveis, recheio de casas e obras de arte. Ao jornal, o presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses, Luís Marques, diz que o valor em causa será “provavelmente astronómico”, dado o “leque alargado de lesados” que vão participar no processo-crime. Os lesados vão ter um prazo de 20 dias, após a acusação, para exigirem a indemnização no âmbito do caso BES.

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Já antes o Observador recordou — num texto publicado em fevereiro último — que a 28 de setembro de 2016 a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou a abertura de sete inquéritos autónomos no âmbito do caso Universo Espírito Santo, sendo que um deles tinha à data apensos 220 queixas de clientes do BES que se diziam prejudicados por atos imputados à gestão de Ricardo Salgado. Já a 28 de março de 2019, a PGR revelou que a “investigação ao designado Universo Espírito Santo compreende um processo principal, ao qual estão apensos (juntos) 252 outros”. Ou seja, os sete inquéritos abertos até setembro de 2016 foram alvo de fusão numa única investigação, sendo que as queixas dos clientes do BES subiram para 252.

Além de Ricardo Salgado, foram ainda constituídos arguidos mais 33 cidadãos nacionais e estrangeiros e oito pessoas coletivas.