Portugal foi o décimo país onde os clientes da Apple mais reduziram as deslocações ao exterior. Os dados, compilados pelo El País, são da tecnológica norte-americana e têm por base a aplicação de mapas da marca. A 15 de abril, os portugueses tinham reduzido as pesquisas por direções a pé em 86% e de carro em 72% face a 13 de janeiro, segundo uma plataforma criada pela Apple e que monitoriza, de forma anónima, as deslocações dos clientes dos Iphones (que em Portugal representam um em cada cinco utilizadores de telemóveis).

As maiores quebras nas deslocações verificaram-se logo no início de março — altura em que foi registado o primeiro caso positivo em Portugal (dia 2) — continuando a cair em meados do mês — quando começaram a fechar estabelecimentos e escolas (neste último caso, o fecho foi decretado a dia 12). Em vários dias de fevereiro, antes da epidemia chegar oficialmente a Portugal, os pedidos de localização tinham chegado quase a duplicar.

Dados da Apple

Segundo um balanço do El País aos dados da Apple, Portugal foi dos países que, em média, mais reduziram a deslocações desde 13 de janeiro. Está em décimo lugar, atrás de países como Espanha, Itália e França. A Apple refere que os dados refletem os “pedidos de direção no Apple Maps” e garante que a aplicação “não associa a data de cada usuário com o seu Apple ID”. “A Apple não guarda um histórico dos locais onde esteve”, lê-se ainda. E, no caso português, parecem mostrar os efeitos das medidas de confinamento decretadas com o estado de emergência (decretado pela primeira vez a 18 de março).

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Por cidades, as quedas mais significativas deram-se em Roma (90,13%), em Madrid (89,04%) e em Barcelona (88,30%). Não há dados para Lisboa nem para o Porto.

A Google também já tinha revelado dados sobre as tendências de mobilidade — a queda registada a 11 de abril face a 29 de fevereiro foi de 78% no que toca às pesquisas por restaurantes, cafés, centros comerciais, museus, cinema, entre outros. No caso dos transportes públicos, a redução de utilização foi de 77% e para os parques ou praias, de 73%. As deslocações para o trabalho caíram em 58% e para supermercados ou farmácias 40%.

Distanciamento social: as pessoas atuaram antes dos seus governos?

Segundo a Google, os dados podem “ajudar as autoridades de saúde pública a perceber as respostas às medidas de distanciamento social”.