Florian Schneider, músico e compositor alemão que formou o grupo Kraftwerk em 1970, morreu aos 73 anos, vítima de cancro.

A informação é avançada por múltiplos meios de comunicação, entre os quais o britânico The Guardian, que refere ter confirmado a notícia junto de “um dos seus colaboradores musicais” e junto da subsidiária do grupo Sony Music em Berlim. De acordo com este colaborador, que não está identificado, Schneider já terá morrido há uma semana, tendo tido um “enterro privado”. O óbito só agora foi tornado público.

A banda também já publicou uma declaração em que confirma a morte de Florian Schneider. “O cofundador e pioneiro da eletrónica Ralf Hütter enviou-nos a notícia muito triste de que o seu amigo e companheiro durante muitas décadas, Florian Schneider, morreu de lutar brevemente contra uma doença cancerígena, poucos dias depois do seu 73º aniversário”, lê-se no texto, citado pela revista Rolling Stone.

Em 1968, Ralf Hütter e Florian Schneider começaram a sua colaboração artística e musical. Em 1970 fundaram o estúdio de musica eletrónica Kling Klang, de ambos, em Düsseldorf e começaram o projeto multimédia Kraftwerk”, refere ainda a declaração citada pela Rolling Stone.

Kraftwerk In Rotterdam

Da esquerda para a direita, nesta fotografia tirada em 1976: Florian Schneider, Karl Bartos, Wolfgang Flur e Ralf Hutter (@ Gijsbert Hanekroot/Redferns)

Nascido na cidade de Öhningen, a 7 de abril de 1947 — tinha chegado portanto aos 73 anos há cerca de um mês —, Florian Schneider conheceu Ralf Hütter, com quem viria a formar os Kraftwerk, em 1968. Os dois estudavam artes em Remscheid, tendo posteriormente mudado a morada para Düsseldorf.

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Em conjunto, a dupla que se expandiria tornando-se quarteto viria a revolucionar a sonoridade da música eletrónica nos anos 1970, editando discos que colocaram a Alemanha no epicentro das batidas acústico-digitais como Autobahn (1974), Radio-Activity (1975) e Trans-Europe Express (1977).

O grupo continuou a ter uma produção discográfica regular e aclamada até meados dos anos 1980, lançando Computer World (1981) e Electric Café (1986).

Considerado um perfecionista do som e um escultor sonoro, alguém que imaginava a produção musical eletrónica com uma sofisticação e imaginações ímpares, Florian Schneider continuou nos Kraftwerk até ao final dos anos 2000, tendo deixado a banda no término desta década.

Para os livros de história e da música popular ficam a inovação dos Kraftwerk e de Schneider, capazes de criar um novo tipo de música popular, industrial e eclética, incorporando referências da eletrónica mais dançável e menos pop dos EUA (por exemplo, da house inicial ao techno de Detroit) mas também de estéticas musicais como o (germânico) krautrock e a canção pop feita com arrojo e, claro, sintetizadores.