O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, deixou esta quarta-feira um conselho ao Presidente da República. Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter elogiado o primeiro-ministro ao referir que a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução só deveria ter sido feita depois de conhecida a auditoria em curso ao banco, Rodrigues dos Santos diz que não é responsabilidade de Marcelo “coordenar o Governo”.

“Seria prudente que neste processo o Presidente da República zelasse pelo regular funcionamento das instituições e evitasse ser arrastado para o conflito, não lhe cabendo coordenar o Governo“, escreve Francisco Rodrigues dos Santos, numa nota enviada às redações.

O líder centrista defende que “a coordenação política do Governo é da competência do Primeiro-Ministro”. Se há descoordenação, “a culpa é de António Costa, que deve assumir as suas responsabilidades”.

“A avaliar pelos rasgados elogios que lhe fez nos últimos 4 anos, nenhum português diria que seria difícil ao primeiro-ministro entender-se com o ‘Ronaldo das Finanças'”, disse, referindo-se ao facto de Mário Centeno ter autorizado a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução sem que António Costa tivesse tido conhecimento prévio.

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Francisco Rodrigues dos Santos insta Costa a “esclarecer se o Ministro das Finanças é capaz de acertar o passo e se mantém a sua confiança política nele; ou se, por outro lado, a relação institucional se deteriorou ao ponto de Mário Centeno ter de abandonar o Governo”.

“Essa resposta tem de ser o primeiro-ministro a dar ao país. Da parte do CDS PP, não conta connosco para fazer o frete de escolher por ele.”

Também esta quarta-feira, o presidente do PSD, Rui Rio, pediu a demissão do ministro das Finanças, Mário Centeno, por considerar que “não tem condições para continuar no cargo”, uma vez que “não foi leal ao primeiro-ministro”. “Se eu estivesse no lugar do primeiro-ministro, depois do que se passou, se ele não se demitisse, seria demitido“, disse o social-democrata.

Esta manhã, o ministro das Finanças explicou no Parlamento que nada fez “à revelia” de António Costa. “Não, não foi à revelia. Não há nenhuma decisão que não passe pelo Governo e pelo Conselho de Ministros e não decidimos resoluções desastrosas na praia”, disse Mário Centeno.

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