Para ajudar a indústria automóvel a recuperar mais rapidamente a sua actividade, salvando os postos de trabalho, o Governo alemão fez aprovar um pack de 130 mil milhões de euros para incentivar a venda de veículos novos durante os próximos dois anos (até final de 2021).

A divisão das ajudas financeiras pelos diferentes tipos de combustível fica “arrumada” da seguinte forma: os 100% eléctricos passam a receber o dobro, os híbridos plug-in não vêem a verba que já recebem alterada e os veículos animados por motores de combustão, a gasolina ou a gasóleo, não são contemplados pelas ajudas estatais.

Apesar do desconfinamento e da vontade generalizada de reabrir a economia dos diferentes países da União Europeia, as vendas de automóveis não têm acompanhado o optimismo dos dirigentes políticos, com os compradores a manterem-se afastados dos stands. Daí que os países, sobretudo os que possuem uma indústria automóvel importante, não só em termos de postos de trabalho como da riqueza que geram, tenham procurado encontrar soluções para que os clientes voltem a adquirir novos veículos.

Depois da França, a Alemanha alinha pelo mesmo diapasão, alocando 130 mil milhões de euros para incentivar este tipo de negócio. Aí, todos os que desejam comprar um veículo eléctrico passam a beneficiar de uma ajuda de 6000€, o dobro do que acontecia até aqui, desde que o seu preço não ultrapasse 40.000€ (sem IVA). A este valor urge somar os 3000€ saídos directamente do fundo criado pelos fabricantes, como forma de contribuir para a redução das emissões de CO2, o que atira as ajudas para quem quer comprar um carro eléctrico para 9000€.

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Para ajudar ainda mais a escoar a produção das fábricas de automóveis, a administração local acordou reduzir o IVA de 19% para 16%, medida que contribui igualmente para reduzir o preço a pagar pelos veículos eléctricos.

Os incentivos aos veículos com mecânicas híbridas plug-in não viram a sua situação alterada, mas a maior novidade consiste no facto de todos os modelos com motores de combustão, a gasolina ou a gasóleo, terem ficado de fora das ajudas estatais, eles que representam a maioria dos veículos comercializados.

Apesar dos esforços da liderança do partido CDU, de Angela Merkel, que se bateu pela extensão das ajudas aos veículos com motores de combustão mais modernos e até pela inclusão dos modelos premium, de marcas como a Audi, BMW, Mercedes e Porsche, o SPD decidiu de outra forma, impondo medidas concentradas nos modelos menos poluentes, o que se é bom para o ambiente, não o é tanto para os construtores alemães.

Para não esforçar excessivamente o erário público, os alemães pretendem incrementar os impostos sobre os veículos mais poluentes. Tudo o que emita mais de 95g de CO2 verá agravada a carga fiscal, de forma gradual e por patamares, o que vai elevar o preço sobretudo dos veículos premium, maioritariamente fabricados no país.