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Charles, de Charlot a estrela de cinema num penálti (a crónica do Marítimo-Gil Vicente)

Este artigo tem mais de 3 anos

O Marítimo começou a perder, deu a volta ao resultado e o guarda-redes Charles defendeu um penálti que ele próprio cometeu a cinco minutos do fim (2-1). O Gil Vicente continua sem ganhar na retoma.

Os madeirenses ganharam pela primeira vez em seis jornadas
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Os madeirenses ganharam pela primeira vez em seis jornadas

LUSA

Os madeirenses ganharam pela primeira vez em seis jornadas

LUSA

À entrada para o jogo desta segunda-feira, o primeiro da 27.ª jornada, Marítimo e Gil Vicente tinham principalmente uma coisa em comum: faziam ambos parte do lote de equipas que ainda não tinham vencido na retoma da Liga. Se os madeirenses empataram com o V. Setúbal e foram perder ao Dragão, os gilistas somavam mesmo duas derrotas, primeiro com o Portimonense e depois com o Famalicão. Ainda assim, era no lado da balança do Marítimo que tombava a maior parte da pressão.

É que se a equipa de Vítor Oliveira estava no 11.º lugar com 30 pontos, a barreira psicológica que não significa nada em concreto mas que é normalmente o suficiente para assegurar matematicamente a manutenção, a de José Gomes levava cinco jornadas sem ganhar, caiu para a 15.ª posição e precisa de conquistar o máximo de pontos possível para se distanciar da zona de despromoção e ter uma tranquila reta final de temporada. E, na antevisão, o treinador do Marítimo tinha plena noção da importância dos oito jogos que restam até ao final da Liga.

“Por aquilo que nós produzimos e mostrámos em campo, merecíamos mais pontos, mas isso vale o que vale. Não precisamos dessas vitórias morais, precisamos de pontos concretos e reais para acrescentarmos aos pontos que temos, para subirmos na tabela classificativa. Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. Acho que a maneira como estamos a trabalhar, o sentimento dos meus jogadores, é de confiança no processo. Eles sentem que estão a uma distância muito pequena de terem sucesso. Às vezes, um golo pode fazer toda a diferença para entrar nessa rota de pontos e de vitórias de que precisamos”, disse José Gomes, em comentário às boas exibições que os madeirenses realizaram contra o V. Setúbal e o FC Porto, apesar de não terem vencido nenhum dos jogos.

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Contas feitas, e numa semana que foi ainda notícia que o Marítimo deve quase 1,4 milhões de euros da conta da luz do Estádio dos Barreiros numa dívida acumulada desde 2012, os madeirenses recebiam os gilistas e estavam forçados a pontuar — pelo menos — para não arrastar mais as certezas da permanência. Mas bastaram oito minutos para que o Gil Vicente tornasse ainda mais complicada a tarefa do conjunto de José Gomes. Depois de entrar na partida a mostrar que queria segurar as despesas do jogo, a equipa de Vítor Oliveira aproveitou um erro da defesa adversária para abrir o marcador: depois de um cruzamento para a área a partir da direita, René aliviou para a entrada da grande área, os defesas madeirenses ficaram parados à espera uns dos outros e Kraev, de primeira, atirou um remate em arco de pé esquerdo que não deu hipótese a Charles (8′).

Apesar da desvantagem prematura, o Marítimo soube responder e subiu as linhas para ir à procura do empate. Correa, o médio argentino formado no Vélez Sarsfield, assumiu nesta altura a liderança do ataque madeirense — tanto na construção como nas zonas de finalização. Esteve perto de marcar, com um cabeceamento muito perigoso ao lado (16′), mas o empate estava reservado para Rodrigo Pinho ao passar da meia-hora. Xadas cruzou na direita, Joel apareceu solto a cabecear para uma boa defesa de Denis e Pinho, na recarga, voltou a colocar a igualdade no marcador (30′). O golo dos madeirenses trouxe uma nova vida ao jogo, que subiu em ritmo e intensidade e desdobrou-se em oportunidades nas duas balizas nos minutos seguintes: Sandro Lima viu Charles roubar-lhe o golo com uma defesa enorme (36′), Rodrigo Pinho obrigou Charles a uma intervenção apertada (39′) e tanto Marítimo como Gil Vicente procuraram a vantagem na reta final da primeira parte, com lances rápidos e de qualidade. A sorte, ainda assim, acabou por cair para os madeirenses.

Na última jogada antes do intervalo, Bruno Xadas bateu um canto na esquerda, Denis saiu à bola em voo mas só conseguiu desviar com a ponta dos dedos e em direção ao central Rodrigão, que acabou por empurrar inadvertidamente para dentro da própria baliza (45+3′). No final da primeira parte, o Marítimo tinha empreendido uma reviravolta no marcador depois de ter ficado em desvantagem ainda muito cedo, tinha ficado a ganhar numa fase crucial do jogo e tinha 45 minutos para garantir a primeira vitória em seis jornadas.

Na segunda parte, a equipa de José Gomes apostou principalmente nas transições rápidas depois de perdas de bola do Gil Vicente na zona média. E nesta altura, foi o guarda-redes Denis a segurar a desvantagem mínima para os gilistas: o brasileiro impediu Joel de marcar em duas ocasiões praticamente seguidas, primeiro num remate acrobático (50′) e depois com o avançado isolado (56′). Ainda assim, e apesar da grande exibição do guarda-redes entre os postes, a equipa de Vítor Oliveira tinha dificuldades em criar oportunidades, apesar de ter mais bola, e ia caindo na compreensível intenção do Marítimo de tornar o jogo mais lento.

O passar dos minutos — como se tem tornado habitual nesta retoma — trouxe a catadupa de substituições, o que não só parou e quebrou o jogo como desgastou as já poucas dinâmicas táticas e técnicas que eram visíveis nesta altura. O Gil Vicente continuou a habitar no meio-campo adversário, o Marítimo recuou e compactou as linhas e só procurava sair em superioridade numérica. Mas a cinco minutos do apito final, o Estádio dos Barreiros tremeu: João Bento, o árbitro da partida, assinalou grande penalidade de Charles sobre Sandro Lima. Na marcação e do penálti, em novo duelo entre os dois jogadores, o guarda-redes do Marítimo defendeu o remate do avançado gilista e segurou a vantagem mínima.

Tal como José Gomes tinha dito na antevisão da partida, em formato de profecia, o sucesso estava mesmo a “uma distância muito pequena”. O mal do Marítimo parece ter acabado, pelo menos por agora, para que o bem tenha espaço para durar: e esta segunda-feira, muita da responsabilidade cai nos ombros de Charles, que quase foi Charlot quando fez falta mas tornou-se estrela de cinema assim que defendeu. Quanto ao Gil Vicente, apesar de em posição bem mais confortável na tabela, continua sem vencer nesta retoma, leva três derrotas em três jogos e ainda não conseguiu transformar em resultados positivos o futebol agradável que pratica.

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