A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, anunciou esta terça-feira que a diretora do museu, Penelope Curtis, termina o mandato de cinco anos a 1 de agosto, e o processo para a sua substituição já foi iniciado com um recrutamento internacional.
De acordo com um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian, o processo de recrutamento foi iniciado com o objetivo de valorizar a coleção de arte do fundador, promover uma abordagem contemporânea e experimental, criando oportunidades para jovens artistas.
Penelope Curtis, que manterá uma colaboração com a Gulbenkian como curadora até finais de janeiro do próximo ano, será professora convidada no Centre for Advanced Study in the Visual Arts da National Gallery of Art, em Washington, Estados Unidos, a partir da primavera de 2021, acrescenta o comunicado.
No âmbito do que designa por “novo ciclo” do museu, a fundação anuncia ainda que vai iniciar em agosto as obras de extensão do Parque Gulbenkian para o lado sul, e a renovação do edifício da Coleção Moderna, num projeto da autoria do arquiteto Kengo Kuma.
As obras deverão terminar no primeiro trimestre de 2022.
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Quanto ao processo de recrutamento internacional para a futura direção do museu, a entidade avança que terá “o duplo objetivo de valorizar a Coleção do Fundador, e promover uma abordagem contemporânea e experimental, com atenção às novas formas de expressão artística e capacidade de criar oportunidades para os artistas mais jovens”.
Penelope Curtis vai manter a colaboração com o Museu Gulbenkian até finais de janeiro, do próximo ano, enquanto curadora da exposição “Esculturas Infinitas” que, depois do Beaux-Arts de Paris, abrirá ao público a 17 de setembro, na galeria principal da fundação, em parceria com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
No comunicado, a Gulbenkian recorda que, “no decurso da sua direção, Penelope Curtis implementou a orientação do Conselho de Administração de unir as duas Coleções do Museu, deixando uma marca na promoção de diálogos entre a Coleção do Fundador e a Coleção Moderna, e trazendo novas leituras sobre as coleções”.
“Foi responsável pela primeira apresentação museológica da Coleção Moderna enquadrada no contexto político e cultural português, a partir de documentos da Biblioteca de Arte e Arquivos da Fundação”, sublinha ainda, sobre o trabalho desenvolvido pela historiadora de arte, ao longo de cinco anos, aludindo ao projeto “Portugal em Flagrante”, que atravessou a expressão artística contemporânea portuguesa.
Acrescenta que a curadora britânica criou ainda uma Comissão Consultiva para acompanhar as aquisições de obras para a Coleção Moderna e desenvolveu um programa de acolhimento a investigadores convidados para o estudo de temas ou peças das coleções do Museu.
Entre as exposições temporárias apresentadas durante o período em que dirigiu o museu, a Gulbenkian destaca, como mais marcantes, a que assinalou os 50 anos do espaço museológico, “Art on Display”, e também “The Rise of Islamic Art”, ambas resultado “de uma intensa investigação dos arquivos da fundação”.
Sobre as obras no parque e no edifício do museu, a fundação diz pretender reforçar a “abertura da programação às tendências da arte e cultura contemporâneas, respeitando a integridade do edifício e abrindo o novo espaço à cidade”.
Nesta perspetiva, a par da exposição em permanência da Coleção de Arte Moderna Portuguesa, o projeto tem quatro objetivos fundamentais, que a fundação enuncia, nomeadamente, “promover exposições temporárias para o grande público; disponibilizar espaços privilegiados para a mostra e formação de jovens talentos; consolidar a política de compras de obras de arte”.
A estes junta ainda “acentuar o papel do museu como local de cruzamento de saberes e de debate sobre os grandes desafios da contemporaneidade, aproveitando as virtualidades das tecnologias digitais no universo museológico”.