A Juventus regressou aos triunfos na Serie A frente ao Bolonha com a versão Ronaldybala a surgir no seu melhor para resgatar a equipa de duas exibições sofríveis na Taça de Itália (ganha pelo Nápoles) mas essa vitória, ou esses três pontos, acabaram por valer bem mais do que isso. Por um lado, por demérito do Inter; por outro, por mérito, muito mérito da Atalanta. E por alguma razão chamam ao conjunto de Bérgamo, uma das zonas mais fustigadas pelo novo coronavírus, La Dea. A Deusa. Cada vez parece haver algo ainda mais abençoado naquele clube que já é um dos quatro confirmados na Final Eight da Liga dos Campeões que será disputada em Lisboa.

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A nove pontos da Vecchia Signora, o Inter, que começou a Serie A com a corda toda nesta nova era com Antonio Conte no comando técnico mas que ficou com um pequeno fosso para a liderança nas últimas jornadas antes da pandemia, não podia falhar mas escorregou onde menos se esperava e da forma menos previsível: apesar do golo inaugural de Francesco Caputo logo aos quatro minutos que deu vantagem ao Sassuolo, Lukaku e Biraghi fizeram a reviravolta ainda na primeira parte, Galiardini foi o protagonista do falhanço do ano ao acertar na trave a dois metros da baliza sem guarda-redes, Borja Valero fez o 3-2 a quatro minutos do final anulando um penálti de Berardi mas Magnani, aos 89′, apontou o empate. Com isso, claro, a Juventus ganhou dois pontos.

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Seguia-se a deslocação da Lazio, que estava no segundo lugar a quatro pontos à condição dos bianconeri, que tinha de defender a série de 21 jogos na Serie A sem derrotas numa sempre complicada deslocação a Bérgamo para defrontar a sensação Atalanta. E Simone Inzaghi não poderia pedir melhor começo para a equipa de Roma, com Marten de Roon a marcar na própria baliza (5′) e Milinkovic-Savic a aumentar a vantagem ainda dentro do quarto de hora inicial (11′). Rosens ainda reduziu antes do intervalo mas o “milagre”, que foi tudo menos isso perante a avalanche ofensiva dos visitados, estava guardado para a segunda parte com Malinovskiy e Palomino a marcarem os golos que fizeram o 3-2 final e colocaram a Atalanta reforçada no quarto lugar que dá acesso à Champions (à frente da Roma de Paulo Fonseca). Com isso, claro, a Juventus ganhou três pontos.

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“Tenho a sensação que esta equipa já não precisa mais de treinador! A confiança deles nunca abana, sabem sempre o que fazer. Estar a ver os jogos da bancada não tem piada nenhuma porque não se pode intervir como todas as pequenas coisas que gostaríamos de dizer aos nossos jogadores. É uma luta mas também me deixa imensamente satisfeito perceber que basta um gesto ou uma palavra para saberem o que fazer em campo”, comentou no final Gian Piero Gasperini, que ficou na bancada por castigo mas celebrou (e bem) a reviravolta.

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