A falta de técnicos para rastrear os contactos dos infetados com a Covid-19 permitiu que o vírus se propagasse mais rapidamente e sem o controlo necessário na região da Grande Lisboa nas últimas semanas, escreve este sábado o jornal Expresso.

Sempre que um novo caso de Covid-19 é identificado, é necessário que as equipas das autoridades de saúde o contactem e identifiquem todas as pessoas que possam ter sido infetadas por aquele caso. Depois, é preciso contactar todas essas pessoas, confirmar a situação e averiguar se é necessário colocá-las em quarentena.

Este processo, o chamado inquérito epidemiológico, é essencial para conter os focos de transmissão do vírus. Porém, para o fazer numa região em que todos os dias têm sido confirmadas duas ou três centenas de casos, é necessária uma equipa de técnicos dedicados a esta tarefa.

De acordo com o Expresso, o concelho da Amadora chegou a ter 100 casos positivos para os quais não foi possível fazer, a tempo de evitar o contágio, o inquérito epidemiológico adequado, devido à falta de técnicos realizarem os contactos.

No início de junho, período em que a situação se começou a agravar, as autoridades locais de saúde do concelho da Amadora, que contavam com uma equipa de quatro a cinco elementos para este trabalho, pediram um reforço do número de técnicos. Porém, este reforço só chegou a 15 de junho, duas semanas depois do pedido. Atualmente, o concelho tem oito a nove elementos nestas equipas de rastreio epidemiológico.

Por outro lado, a Direção-Geral da Saúde nunca revelou quantos profissionais estão a fazer este trabalho em todo o país, uma informação que a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública também desconhece, segundo o Expresso.

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