Os institutos superiores politécnicos querem reforçar a sua internacionalização, através de um projeto que pretende captar mais estudantes internacionais e estreitar a relação com as empresas.

“Polytechnics International Network” (PPIN) é o nome da iniciativa que é apresentada esta quarta-feira no Instituto Politécnico de Coimbra e que vai permitir estabelecer uma rede presencial de ensino superior politécnico no estrangeiro.

Segundo o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos, um dos objetivos fundamentais é atrair estudantes internacionais, reforçando a tendência crescente que se tem vindo a verificar durante os últimos anos.

Em termos de novas matrículas, nós temos vindo a crescer desde que foi lançado o estatuto de estudante internacional. Tínhamos 161 estudantes em 2014/15 e no ano passado tivemos 2398 novos estudantes internacionais”, recorda, afirmando que o projeto pretende continuar esse caminho.

Para conseguir este objetivo, a PPIN vai estabelecer uma rede presencial do ensino superior politécnico no estrangeiro, disponibilizando um sistema de informações em mercados estratégicos, identificados como prioritários.

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Esses mercados prioritários, explica Pedro Dominguinhos, são Angola, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Marrocos, Moçambique e Perú, onde serão estabelecidas redes de embaixadores do ensino superior politécnico.

“São mercados onde queremos estabelecer uma lógica de interligação com as empresas”, disse à Lusa o presidente do CCISP.

O projeto liderado pelo Instituto Politécnico do Porto envolve 14 instituições politécnicas e representa um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros, resultando resulta de uma candidatura ao Sistema de Apoio a Ações Coletivas do Portugal 2020.

Além da promoção das instituições, a iniciativa pretende também estabelecer uma articulação muito estreita com o tecido empresarial português, apoiando as empresas na sua própria internacionalização.

“Se olharmos para os setores que mais têm crescido, eles incorporam uma forte dinâmica de inovação e só há dinâmica de inovação se houver transferência de conhecimento e de tecnologia”, afirma Pedro Dominguinhos, acrescentando que “o objetivo é que haja uma estratégia articulada nesses mesmos mercados entre as empresas e as instituições politécnicas”.

Isso implica também a participação conjunta em eventos internacionais, a realização de encontros nacionais de internacionalização e a recolha, tratamento e análise de informação no âmbito da internacionalização.

Por outro lado, a PPIN vai ainda criar nove prémios num valor de 3.500 euros para reconhecer o incremento presencial do Ensino Superior Politécnico aliado ao tecido empresarial português, em várias regiões do mundo.

“A maioria das regiões do país são atualmente mais dinâmicas, mais qualificadas, com maior capacidade de atração de investimento, porque existem politécnicos nos seus territórios. E é este modelo que queremos replicar em mercados que consideramos prioritários, com benefícios, não apenas económicos, mas também, sociais e culturais”, diz o presidente do CCISP.