Há muitas marcas a guardarem coleções para o próximo ano, para poderem vender as peças de roupas sem descontos a partir de janeiro, já que o consumo ainda se mantém muito tímido, depois do período de maior confinamento.

Na edição desta terça-feira do Jornal de Negócios (acesso reservado a assinantes), o presidente da Associação das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC) explica que as marcas estão a “atirar a coleção primavera/verão para o próximo ano”, por estarem neste momento “cheios de stock” e não terem maneira de o escoar a preços favoráveis para o negócio. César Araújo diz ao jornal que esta opção dos comerciantes “só têm o impacto de capital – e para muitos nem será grande porque arrastaram os pagamentos às fábricas para mais meses”.

Já Luís Figueiredo, presidente da Hall & Ca, empresa do Porto dona da marca de roupa infantil Laranjinha, prevê “que as lojas fiquem com muito stock da estação, o que, inevitavelmente, vai ter reflexos nas compras da próxima época de primavera/verão. Seja qual for a forma que encontrem para vender estes ‘stocks’, não libertarão margem financeira que lhes permita efetuar compras com normalidade”, diz em relação ao próximo ano e às novas coleções quando as atuais não foram escoadas.

O Negócios cita vários empresários da indústria do vestuário que dão conta de vendas “consistentemente 50% abaixo do mesmo período do ano passado”, mesmo depois do desconfinamento. E avisam que as coleções do próximo anos podem ser “mais básicas” e curtas para garantir o escoamento dos produtos.

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