O primeiro-ministro considerou esta quarta-feira que o país não aguenta um novo período de confinamento por causa da Covid-19 e avisou que o tempo é “curtíssimo” para a sociedade se preparar para o próximo inverno.
Esta advertência foi deixada por António Costa no discurso que encerrou a apresentação do programa Simplex 20-21, no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, em Lisboa, durante uma sessão em que estiveram presentes dez ministros dos atual Governo.
“Há uma coisa que sabemos: Não podemos voltar a repetir o confinamento que tivemos de impor durante o período do estado de emergência e nas semanas seguintes, porque a sociedade, as famílias e as pessoas não suportarão passar de novo pelo mesmo”, declarou António Costa.
Perante uma segunda vaga da pandemia da Covid-19, o líder executivo disse que o trabalho de adaptação da sociedade “tem de ser feito agora, porque ainda há algum tempo de distância para evitar o pior” no próximo outono e inverno.
“O tempo é curtíssimo, se calhar não conseguimos fazer tudo, mas temos mesmo de arregaçar as mangas e fazer o máximo possível para assegurar a continuidade do funcionamento da sociedade, designadamente das escolas, das empresas e dos serviços da administração pública, mesmo numa condição tão ou mais adversa como aquela que vivemos em março. Temos de acelerar este processo”, reforçou António Costa.
António Costa frisou que a ciência não assegura que no próximo outono ou inverno não se vivam momentos “tão ou mais difíceis como aqueles que se viveram no início de março em matéria de pandemia da Covid-19”.
“Nada nos dizendo a ciência, só sabemos que a nossa intuição nos diz que no inverno há habitualmente menor imunidade. Não é por acaso que no inverno há mais doentes do que no verão, há mais gripes do que no verão. Devemos desejar o melhor, mas temos de nos preparar para o pior com o que já sabemos hoje”, insistiu.
O primeiro-ministro reconheceu que a sociedade, em geral, está agora mais disciplinada, com “máscaras, gel desinfetante, etiqueta respiratória ou distanciamento físico”. “Todos os serviços e empresas estão mais bem organizados para assegurar estas condições. Temos de usar os recursos europeus disponíveis, há que acelerar e elevar a ambição daquilo que podemos e devemos fazer. Esse é um outro contrarrelógio que está a correr e que não podemos perder”, acrescentou.