O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) pediu esta sexta-feira uma reunião à fundação que gere o lar de Reguengos de Monsaraz onde surgiu o surto de Covid-19, depois de terem sido divulgadas dificuldades na contratação destes profissionais.
Contactado pela agência Lusa, Celso Silva, da Direção Regional do Alentejo do SEP, referiu que o sindicato solicitou a reunião “na sequência de declarações públicas do presidente da câmara, que também é presidente do conselho de administração” da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), sobre as dificuldades da instituição em contratar enfermeiros.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, indicou que a FMIVPS está a tentar contratar quatro enfermeiros e que ainda não o conseguiu, lembrando que as duas da instituição testaram positivo para a Covid-19.
“Estamos a contratar quatro enfermeiros, pagando-lhe o mesmo de qualquer hospital público“, referiu então o autarca, no final de uma reunião de trabalho na sede da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, em Évora.
O concelho de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora, regista o maior surto no Alentejo da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, depois de ter sido detetado, em 18 de junho, no lar da FMIVPS.
Na sequência de um comunicado divulgado pelo SEP esta sexta-feira, em que divulga o pedido de reunião, Celso Silva disse à Lusa que o sindicato quer “perceber no concreto quais são as condições que a fundação está a oferecer aos enfermeiros” para “poder contribuir para a solução do problema”.
O objetivo da reunião é tentar perceber no concreto quais são as condições que a FMIVPS oferece e tentar contribuir de forma positiva para que a fundação possa contratar enfermeiros”, insistiu o responsável.
Celso Silva realçou que “o ano letivo chegou ao fim” e que as escolas superiores de saúde e de enfermagem da região do Alentejo têm “muitas dezenas de enfermeiros recém-licenciados” que já obtiveram ou vão obter “muito em breve” a sua cédula profissional.
“A fundação terá enfermeiros recém-licenciados no mercado que pode contratar”, frisou, admitindo que o sindicato possa até divulgar as ofertas de trabalho junto dos enfermeiros recém-licenciados, “se as condições forem consideradas as adequadas”.
“Com o vencimento do Serviço Nacional de Saúde, consideramos que é um bom ponto de partida e que é uma evolução em relação àquilo que antes acontecia na fundação em termos de vencimento base”, acrescentou.