A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) manifestou este domingo “extrema preocupação” pela situação do Desportivo das Aves, reiterando a sua disponibilidade para ajudar a SAD avense a encontrar uma solução para que a equipa defronte o Benfica.

“No seguimento das notícias vindas a público sobre o cancelamento do treino do plantel do CD Aves, marcado para este domingo, tendo em conta a preparação do jogo com o SL Benfica, de terça-feira, e a crescente possibilidade da equipa não comparecer no jogo da 33.ª jornada da Liga NOS, a Liga Portugal informa que tem intensificado nas últimas horas os contactos com diversos elementos da SAD e do clube avense com propósito de inverter esta situação e que permitir que jogadores e treinadores realizem o referido encontro”, pode ler-se no comunicado da LPFP.

A nota detalha que, ao longo dos últimos dias, o presidente Pedro Proença e toda a direção executiva da Liga têm “acompanhado com extrema preocupação uma situação que representaria uma ataque à integridade da competição com danos não só para o clube como também para a imagem nacional e internacional” da I Liga, num período em que o campeonato português tem sido apontado como “um exemplo para toda a sociedade, ao longo deste período de retoma”.

“Desde a passada sexta-feira, a Liga Portugal promoveu diversas reuniões, quer com a administração da SAD como com a direção do clube, na busca de plataformas de entendimento que permitam desbloquear a situação atual e a comparência nos últimos dois jogos da Liga NOS”, informa ainda a LPFP, dando conta que continuará, “como até aqui, empenhada na resolução deste processo”.

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A Liga de clubes acredita que será encontrada “uma solução que viabilizará a presença da equipa em campo e a dignificação da competição e do futebol português”.

A SAD do Desportivo das Aves cancelou hoje o treino dos futebolistas do lanterna-vermelha da I Liga, que estava agendado para as 17:30, dois dias antes da receção ao Benfica, em encontro da 33.ª jornada.

Fonte da administração nortenha assegurou à agência Lusa que também suspendeu a execução dos testes de despistagem à Covid-19 a jogadores, treinadores e outros funcionários do clube, obrigatórios nas 48 horas anteriores à partida com as ‘águias’, consoante o protocolo definido para o reinício do campeonato em plena pandemia.

As duas situações comprometem a realização do jogo de encerramento da penúltima ronda da I Liga, na terça-feira, às 21h15, no Estádio do CD Aves, numa altura em que a formação orientada por Nuno Manta Santos ainda não sabe se voltará a trabalhar na segunda-feira, quando vence o terceiro mês seguido de salários em atraso.

A direção do Desportivo das Aves, presidida por António Freitas, vai deslocar-se ao recinto dos nortenhos ao final da tarde, com o intuito de demover os atletas e demais funcionários a entregarem pedidos de rescisão unilateral nas próximas horas, sob pena de inviabilizarem os duelos previstos com Benfica e Portimonense até ao final da época.

Os avenses ameaçaram na sexta-feira faltar ao jogo no estádio do Portimonense, da 34.ª e última jornada da I Liga, marcado para 26 de julho, de forma a “salvaguardar a transparência na luta pela permanência”, uma vez que receiam “não reunir jogadores suficientes e que garantam uma equipa competitiva” contra os algarvios.

O lanterna-vermelha deveria enfrentar o Portimonense, 16.º colocado e primeiro clube acima da zona de despromoção, com os mesmos 30 pontos de Vitória de Setúbal, 17.º e penúltimo, e Tondela, 15.º, envolvidos numa fuga à descida, que ainda engloba o Belenenses SAD (14.º, com 32 pontos) e o Paços de Ferreira (13.º, com 35).

O recuo da SAD originou reuniões no mesmo dia junto do clube, que se mostrou disponível para suportar as despesas associadas ao embate com os ‘alvinegros’, e da Liga de clubes, que não cedeu à pretensão do líder chinês Wei Zhao em antecipar uma compensação de 153 mil euros prevista para os emblemas despromovidos à II Liga.