A petrolífera estatal brasileira Petrobras produziu no primeiro semestre de 2020 uma média diária de 2,85 milhões de barris de petróleo e gás equivalente, 10,4% a mais do que o registado no mesmo período de 2019.
Segundo a empresa, os resultados são um efeito do desempenho no segundo trimestre do ano, quando a Petrobras produziu uma média diária de 2,80 milhões de barris de óleo e gás equivalente, 6,4% a mais do que no mesmo período do ano passado.
No entanto, na comparação com o primeiro trimestre do ano, a produção estatal brasileira caiu 3,7%, de acordo com o último relatório de desempenho operacional, divulgado pela Petrobras na noite de terça-feira.
Esse declínio teve o seu pior momento em abril quando a produção foi afetada pela pandemia, que causou uma queda na demanda por petróleo e a estatal brasileira interrompeu a produção em várias das suas plataformas.
Diante do novo cenário para a indústria de petróleo e gás, decidimos hibernar 62 plataformas que operam em águas rasas”, afirmou a empresa, que também foi obrigada a operar com 50% do seu pessoal para impedir a propagação do vírus.
As medidas implementadas pela Petrobras não afetaram substancialmente a produção dos campos do pré-sal, uma grande área de exploração localizada em águas profundas do Oceano Atlântico e abaixo de uma camada de sal de dois quilómetros de espessura, cujas reservas podem tornar o Brasil um dos maiores exportadores de petróleo do mundo.
No primeiro semestre do ano, a produção desses campos aumentou 39,3% passando de 1,10 milhões de barris de petróleo e gás equivalente por dia, em 2019, para 1,53 milhões de barris de petróleo e gás por dia, em 2020.
Já na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, a produção do pré-sal caiu ligeiramente entre abril e junho (1%) face aos meses de janeiro e março.
Apesar da crise, a Petrobras indicou que manteve a produção de petróleo no Brasil no nível planeado e até conseguiu atingir um recorde nas exportações de hidrocarbonetos em abril, com a venda de 30,4 milhões de barris.
Segundo a Petrobras, em setembro, várias atividades que pararam em razão da pandemia voltarão ao normal, portanto, “mantemos a meta de produção para 2020 de 2,7 milhões de barris de óleo e gás equivalente por dia, com uma variação de 2,5% para cima ou para baixo”.
A Petrobras, uma empresa controlada pelo Estado brasileiro, mas com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova York e Madrid, sofreu perdas de 48,5 mil milhões de reais (8,2 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) no primeiro trimestre de 2020.
A companhia petrolífera obteve em 2019 um lucro de 40,1 mil milhões de reais (cerca de 6 mil milhões de euros), o maior da sua história, que desapareceu nos três primeiros meses deste ano devido ao colapso dos preços do petróleo e à crise gerada devido à pandemia da Covid-19.