O setor do alojamento turístico deverá ter registado 500,5 mil hóspedes — uma quebra de 81,7% — e 1,1 milhões de dormidas — menos 85,1% do que no ano passado, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE). Ainda assim, é uma ligeira melhoria face aos números de maio, quando se registaram quebras ainda maiores face ao ano anterior — de 94,2% e 95,3%, respetivamente.

A grande diferença verifica-se nas dormidas de residentes, que caem 59,8% — apesar de tudo, menos mau do que a queda registada em maio, de 85,9%. Só que as dormidas de não residentes continuam pelas ruas da amargura, com uma quebra de 96,0% face ao mesmo mês do ano passado, muito próximo dos valores registados em maio (-98,4%). Os 15 países de onde vêm mais turistas têm todos quebras superiores a 90% nesse mês, com Suíça (-98,7%) e Reino Unido (-98,2%) no topo da lista.

Os dados do INE mostram que junho teve ainda quase metade (45,2%) dos estabelecimentos de alojamento turístico encerrados ou sem movimento de hóspedes.

Por região, é o Alentejo que menos cai (-48,4%), seguido do Centro (-73,7%). As maiores quebras registam-se nas regiões autónomas — Madeira (-97,6%) e Açores (96,9%) — e na Área Metropolitana de Lisboa (-91,4%).

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Um questionário adicional feito em junho e julho, permite ainda ao gabinete de estatísticas concluir que 62,6% dos estabelecimentos de alojamento turístico que responderam (representando 78,6% da capacidade de oferta) indicaram que a pandemia “motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de junho a outubro de 2020, maioritariamente dos mercados nacional e espanhol”.

“A maioria dos estabelecimentos que planeava estar em atividade nos meses de junho a outubro previa registar taxas de ocupação inferiores a 50% em cada um desses meses”, adianta o INE.

E será que, face a esta quebra, haverá uma redução de preços? A maioria em junho ainda respondia que não: “A maioria dos estabelecimentos (57,0%) não prevê alterar os preços praticados face ao ano anterior“. Apenas “cerca de um terço dos estabelecimentos (34,9%) admite vir a reduzir os preços”, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa (58,8% dos estabelecimentos) e no Algarve (54,5%).

Apenas cerca de metade dos alojamentos (49,1%) admitiram reduzir a capacidade dos estabelecimentos, tendo em conta as necessárias medidas de distanciamento social, de higiene e limpeza. Nesses casos, a redução deve-se sobretudo ao “aumento do intervalo de tempo entre o check-out e o check-in dos hóspedes (55,9% dos estabelecimentos) e da redução do número de quartos (48,6%)”.