O Sporting defendeu esta quinta-feira, através do editorial do jornal do clube assinado por André Bernardo, vice-presidente e administrador da SAD, a importância do i-voting à luz da reforma estatutária preparada por um grupo de trabalho onde o próprio se inclui, e que foi liderado pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral dos leões, Rogério Alves, ao mesmo tempo que garantiu que os leões não irão perder a maioria do capital social da SAD.

“Há que esclarecer que esta Direção do Sporting não pondera vender a maioria da SAD. Considera sim que uma decisão desta natureza, como outras, deve ser decidida por todos os sócios. Podem ser dez, 80, 100, 500 os sócios a decidir por toda a restante maioria de sócios o futuro do clube ou podem ser todos os sócios (elegíveis para tal). Há vários temas importantes a rever nos estatutos, mas o i-voting é o mais prioritário porque é o que permite a decisão por parte de todos os sócios relativamente aos demais”, defendeu no texto publicado esta quinta-feira.

I-voting não é seguro? É seguro e, sem dúvida alguma, mais robusto que a contagem manual de votos. Acresce que o processo é conduzido por uma empresa externa independente. Aliás, o método é o mesmo que o do voto eletrónico que já existe no Sporting mas sem exigir a presença física do sócio. O que significa que o mesmo tem que se autenticar. (…) O i-voting é já amplamente utilizado por várias instituições a nível mundial e inclusive governos como o caso conhecido da Estónia. Os sócios têm agora uma oportunidade que nunca tiveram: a de decidir uma vez para decidirem todos sempre. A alternativa é deixar que uma minoria que pode deslocar-se fisicamente para votar decida por eles. Como sempre, os sócios decidem”, acrescentou a esse propósito.

O texto aproveita também para tocar em alguns pontos descritos como um “Polígrafo Sporting”, da abertura de um processo de execução por parte do técnico Sinisa Mihajlovic ao valor de mercado do plantel (referindo o valor quase zero que é atribuído neste tipo de avaliações a jogadores formados no clube), passando pela necessidade de venda de Bruno Fernandes em janeiro “para assegurar a sobrevivência financeira do clube” e pelo pedido de insolvência da agência Soccas (um relativo aos processos de Nani e Piccini, outro de William Carvalho).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Grupo de acionistas pede demissão a Conselho de Administração da SAD

Um grupo de pequenos acionistas da SAD fez chegar esta quinta-feira uma carta ao Conselho de Administração da sociedade que gere o futebol verde e brancos e que visa pedir a demissão de todos os seus membros.

Fazendo uma súmula da época em termos desportivos, do quarto lugar no Campeonato ao recorde de 17 derrotas numa só temporada, passando pela derrota na Taça de Portugal com uma equipa do terceiro escalão, pela goleada sofrida na Supertaça frente ao Benfica, pela quebra da competitividade, e deixando também alguns números da vertente económico-financeira como o acordo com o Olympiacos por Podence, o passivo acima dos 300 milhões no final do primeiro trimestre do ano ou o agravamento do défice operacional dos resultados operacionais sem incluir a transação de jogadores, o grupo deixou o seu descontentamento por outras decisões tomadas.

“Manifestamos também a nossa insatisfação relativamente à operação de titularização de crédito de 65 milhões de euros feita pela sociedade, a qual aumentou e muito o seu endividamento e juros a pagar, mediante taxa de juro média que continua sem ser relevada. Manifestamos também a nossa perplexidade face à taxa de intermediação financeira paga pela sociedade. Face ao cenário descrito, solicitamos respeitosamente que V.Exas se demitam da Administração da sociedade”, remata a missiva que chegou esta quinta-feira a Alvalade.