Dois dias depois de ter deixado as instalações da PJ, Rui Pinto recorreu ao Twitter para fazer a sua primeira declaração desde que está em liberdade. O hacker lembrou que “a luta continua” porque “Portugal continua um paraíso para a grande corrupção e para o branqueamento de capitais”. É por isso, defende, que “Portugal tem de mudar”.
Antes, o pirata informático acusado de 90 crimes agradece a “todos aqueles que desde a primeira hora demonstraram o seu apoio e solidariedade”. “Finalmente esta árdua e longa travessia do deserto chegou ao fim“, escreve ainda. Rui Pinto explica depois que, apesar de ter sido libertado, “a luta continua”. Aliás, escreve: “É agora mais do que nunca, que precisamos de união e resiliência. Portugal tem de mudar!”
Mas a luta continua, porque volvidos quase 2 anos, Portugal continua um paraíso para a grande corrupção e para o branqueamento de capitais. É agora mais do que nunca, que precisamos de união e resiliência. Portugal tem de mudar!
— Rui Pinto (@RuiPinto_FL) August 11, 2020
Rui Pinto estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019 e foi colocado em prisão domiciliária a 8 de abril deste ano, mas em habitações disponibilizadas pela Polícia Judiciária. Na sequência de um requerimento apresentado pela defesa do arguido, a juíza Margarida Alves, presidente do coletivo de juízes que vai julgar Rui Pinto, decidiu colocá-lo em liberdade. O alegado pirata informático deixou as instalações da PJ este domingo. Ficou agora inserido no programa de proteção de testemunhas, sendo obrigado a apresentações semanais às autoridades.
Entretanto a PJ já veio esclarecer que não contratou o hacker nem sequer que lhe esteja a pagar qualquer vencimento, ao contrário do que foi avançado pelo Correio da Manhã. Num comunicado enviado às redações esta segunda-feira, este órgão de investigação criminal esclareceu que “todas as despesas” com a proteção do arguido estão “ao abrigo do programa de proteção de testemunhas”.
PJ nega ter contratado Rui Pinto e garante que não paga ao hacker “qualquer vencimento”
Rui Pinto começa a ser julgado em 4 de setembro no Tribunal Central Criminal de Lisboa por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.