Houve mais 7.064 alunos que se submeteram a exames nacionais este ano a terem as notas mais elevadas (20 e 19 valores) do que no ano anterior. Os dados do Júri Nacional de Exames, analisados na edição desta quarta-feira do jornal Público (apenas disponível na versão paga), mostram que são mais de 15 mil os alunos que registaram notas de 19 e 20, comparados com os 8.486 do ano passado.

As regras excecionais criadas para este período específico de exames nacionais, em época de Covid-19, podem explicar este salto nas classificações dos alunos que poderá ter impacto nas médias de acesso à faculdade este ano. Nas provas houve não só regras diferentes de classificação e de possibilidade de escolha de perguntas (privilegiando matérias em que estivesse mais à vontade, no caso da Matemática A, tendo em conta que houve blocos de matéria lecionados à distância por causa do confinamento), como também foram menos os exames feitos a cada disciplina, já que apenas teriam de ser realizados caso fossem prova específica no acesso à faculdade — o que acabou por poupar os alunos com notas mais baixas (que menos investiram em algumas disciplinas) à realização de alguns exames.

Um contexto que terá feito disparar as classificações em tempo de pandemia, explicam os especialistas ouvidos pelo jornal. O presidente da Sociedade portuguesa de Matemática, por exemplo, diz mesmo que o que vai permitir diferenciar os alunos é a nota dada pela escola, o que acabará por desfazer o que se pretende com os exames feitos e corrigidos a nível nacional: mitigar o eventual efeito de notas inflacionadas pelas escolas.

Em Matemática A, por exemplo, a média do exame nacional subiu quase três valores, contabiliza o Público, e a nota que mais vezes se repetiu (4.628 vezes em 35.724 provas) foi o 19. Recorde-se que as aulas presenciais estiveram interrompidas entre março e maio e que apenas neste último mês é que os alunos do 11º e 12º anos voltaram à escola para terem algumas aulas presenciais (apenas às disciplinas específicas no acesso ao ensino superior).

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