Há mais um capítulo na guerra entre a Epic Games, dona de um dos videojogos online mais populares do mundo, o Fornite, e a Apple, a empresa por detrás dos iPhone, iPad e computadores Mac. Depois de a Apple, à semelhança da Google, ter banido o Fornite da lojas de aplicações digitais AppStore, foi conhecido esta segunda-feira que a Epic Games vai ser igualmente banida do sistema para programadores. No Twitter, a empresa afirma, por isso, que interpôs uma providência cautelar, pedindo aos tribunais dos EUA que parem esta decisão.

Ao cortar as contas de programadores da Epic Games, a Apple está a dar mais uma machadada à dona do Fortnite porque a impede de atualizar outros softwares de que dispõe, como o Unreal Engine para o iOS, o sistema operativo móvel dos iPhone, ou o macOS, o sistema operativo dos computadores Mac. “Não tendo ficado contente por simplesmente remover Fortnite da App Store, a Apple está a atacar todo o negócio da Epic em áreas que nem sequer estão relacionadas“, alega a Epic.

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A discussão entre a Epic Games e a Apple tornou-se pública na semana passada. Tanto a Apple como a Google recebem até 30% do valor de cada compra feita dentro das aplicações que disponibilizam pelas suas lojas de apps digitais (AppStore e PlayStore), como é o caso da Fortnite. Porém, esta quinta-feira a Epic Games anunciou no seu próprio site que criara um sistema de pagamentos diretos à sua empresa, podendo assim contornar a Apple a Google.

Apple e Google expulsam Fortnite das suas plataformas por causa de sistema que permitia compras fora do sistema

Em comunicado, no mesmo dia, a Apple acusou a Epic Games de ter “violado” de forma “expressamente declarada” as normas da App Store. Contudo, a dona do Fortnite acusa a Apple e a Google de serem “monopolistas”, algo que inúmeros programadores têm alegado nos últimos anos. Desde aí, o conflito tem escalado, com a Epic Games a tornar-se a cara de uma nova luta tecnológica de David contra Golias, sendo Golias a Apple e a Google.

Uma das principais armas de comunicação da Epic Games para pôr as dezenas de milhões de jogadores de Fortnite no seu lado, tentando influenciar a Apple, foi a publicação de um vídeo a parodiar um dos anúncios mais conhecidos da empresa de computadores e smartphones. No YouTube, com o vídeo “198Fortnite”, uma alusão ao anúncio 1984 da Apple, emitido no mesmo ano, a Epic Games acusa a Apple de tornar-se exatamente aquilo que tinha jurado não ser: um monopólio que sufoca a inovação da concorrência. Rapidamente, o vídeo teve milhões de visualizações.

[O vídeo da Epic Games a parodiar o anúncio emblemático da Apple]

A questão do alegado abuso de posição dominante no mercado de apps não é nova. Ainda no final de junho, Brad Smith, presidente e diretor jurídico da Microsoft, atacou também a App Store. De acordo com Smith, este tipo de lojas de apps cria impedimentos maiores ainda à livre concorrência e ao acesso ao mercado do que o Microsoft Windows criava há 20 anos. Ironicamente, no início da década de 2000, a Microsoft foi acusada por autoridades norte-americanas e europeias de implementar táticas de concorrência desleal e abuso de posição dominante no mercado.

Microsoft acusa Apple de táticas monopolistas