Um advogado dos familiares das vítimas mortais do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido no leste da Ucrânia em 2014, disse hoje aos juízes que as famílias querem indemnizações como reconhecimento da injustiça que sofreram.

A advogada Arlette Schijns falava na sessão em que foi retomado o julgamento de três russos e um ucraniano acusados de vários crimes, incluindo assassínio em massa, pelo suposto envolvimento no derrube do voo MH17.

Todos os 298 passageiros e tripulantes a bordo do Boeing 777 que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur morreram quando o avião foi atingido e destruído a 17 de julho de 2014 por um míssil Buk disparado de território controlado por separatistas pró-russos no leste ucraniano, cenário de um conflito armado.

Schijns, que representa 450 familiares das vitimas, exortou o tribunal a não perder de vista o sofrimento de centenas de pessoas que perderam os seus entes queridos, enquanto se dirigia aos juízes sobre as questões jurídicas relacionadas com as indemnizações que as famílias reclamarem. “Isto é sobre indivíduos que foram confrontados há seis anos com uma terrível perda que continua a influenciar as suas vidas hoje”, afirmou.

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Algumas das famílias assistiram ao discurso de Schijns numa galeria pública no tribunal, perto do aeroporto de onde o voo descolou.

Os procuradores alegam que o míssil que derrubou o voo MH17 foi transportado para a Ucrânia de uma base militar russa, apesar de a Rússia negar repetidamente o envolvimento. Schijns disse que a “obstrução e desinformação” pelas autoridades russas está a aumentar o sofrimento dos familiares das vítimas.

Depois de uma investigação internacional de vários anos, os procuradores indicaram quatro suspeitos no ano passado: os russos Igor Girkin, Sergey Dubinskyi e Oleg Pulátov que são julgados à revelia, além do ucraniano Leonid Kharchenko.

Nenhum deles compareceu no julgamento que começou em março e ainda está em fase regular, sendo que apenas Pulatov é representado por advogados.

Ainda não é claro quantas famílias vão apresentar pedidos de indemnização no julgamento, que deve ocorrer até 2021, ou quanto reivindicarão. Schijns disse que o tribunal holandês precisa de estabelecer que eles têm o direito, de acordo com a lei ucraniana, de reivindicar o pagamento de danos e que o valor deve fazer justiça à perda.