A Rússia expulsou um jornalista holandês do país por “violações administrativas”. É a segunda vez que um jornalista estrangeiro é alvo de uma ação idêntica por parte do governo russo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos já veio considerar a decisão “inaceitável”.

O correspondente do jornal Volkskrant em Moscovo, Tom Vennink, diz que o Ministério dos Negócios Estrangeiros revogou o seu visto, dando-lhe três dias para sair do país. De acordo com a publicação holandesa, o repórter também foi impedido de voltar até janeiro de 2025.

O mesmo jornalista tinha sido multado na Rússia por não ter registado a sua morada com as autoridades em 2019 e o mesmo se repetiu quando no ano seguinte visitou um local sem autorização. Não é claro, segundo o Volkskrant, por que razão é que o ministério decidiu invocar estas infrações para deportar o correspondente.

Não é a primeira vez este ano que um jornalista estrangeiro é alvo de uma ação como esta — Sarah Rainsford, correspondente da BBC em Moscovo, foi permanentemente banida do país em agosto deste ano.

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As relações diplomáticas entre a Rússia e os Países Baixos não têm estado fáceis nos últimos anos, sendo que o governo holandês culpa Moscovo por em 2014 ter disparado um míssil contra o MIH17, um avião da Malaysia Airlines que sobrevoava território ucraniano dominado por forças russas. Dois terços dos 298 passageiros eram holandeses.

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Três russos e um ucraniano alegadamente envolvidos no ataque estão em julgamento nos Países Baixos. A Rússia nega qualquer responsabilidade.

A Reuters tentou ouvir uma reação do governo de Putin sobre a expulsão do jornalista, mas até ao momento “não conseguiu contactar fontes oficiais da Rússia.