O presidente da Área Metropolitana do Porto considerou esta quinta-feira que as medidas anunciadas pelo Governo para o Estado de Contingência são as adequadas, nesta altura, mostrando-se convicto que, nos transportes, há condições para que “tudo corra bem”.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto vão ter, medidas específicas, desde rotatividade entre teletrabalho e trabalho presencial ao desfasamento de horários, a partir de terça-feira, no âmbito da situação de contingência devido à covid-19, anunciou o primeiro-ministro que recordou que o risco de incidência da covid-19 é mais elevado nestas duas áreas metropolitanas, “por terem maior densidade populacional”.

Em declarações à Lusa, Eduardo Vítor Rodrigues que também lidera a Câmara de Vila Nova de Gaia, considera que mesmo as medidas que possam parecer exageradas, como a determinação de um limite máximo de quatro pessoas por grupo, em estabelecimentos a 300 metros das escolas, não o são, na medida em que pretende ser uma chamada de atenção aos cidadãos.

Do que foi anunciado esta quinta-feira, a maior preocupação da Área Metropolitana do Porto (AMP) prendia-se com o setor dos transportes, matéria que tem vindo a ser trabalhada em articulação com todos os municípios, antecipando possíveis situações de sobrelotação.

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“Se houver uma boa resposta resultante do compromisso que foi outorgado com os transportes públicos, nomeadamente com os privados, se houver adicionalmente um bom comportamento das pessoas, se todos fizermos a nossa parte, estou convencido que temos condições para que tudo corra bem”, afirmou.

Eduardo Vítor Rodrigues assinalou que no último mês foram introduzidas uma série de correções, nomeadamente com o reforço da oferta em função da procura, tendo sido ouvidos para tal todos os municípios individualmente.

“Desde que veio o dinheiro [do Governo] em junho, as coisas corrigiram-se. Demonstra-se com isto que muito da dificuldade de transporte decorria da incapacidade de encher o deposito. Desde que houve dinheiro a oferta corrigiu e o planeamento que nós fizemos foi não só para corrigir, como para reforçar. Agora não é possível reforçar 24 horas por dias, mas é possível reforçar nas horas de ponta”, disse, elogiando a medida do Governo de desfasamento de horários.

Sobre a decisão de delegar nas autarquias a decisão relativa à limitação do horário de encerramento dos estabelecimentos entre as 20:00 e as 23:00, Eduardo Vítor Rodrigues disse ser a adequado, sobretudo, no caso da Área Metropolitana do Porto onde existe uma grande heterogeneidade do território.

O autarca adiantou, que nesta matéria, a AMP não tomará qualquer posição metropolitana, no sentido de permitir que os municípios decidam individualmente e tem em conta a sua realidade particular.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.852 pessoas dos 62.126 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.