João Vale e Azevedo terá avançado com um requerimento pedindo para ser constituído assistente no processo da chamada Operação Lex, que envolve, entre outros, o ex-juiz Rui Rangel e o atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. De acordo com a Sábado, que avança a notícia, o pedido terá sido feito no passado dia 10 de setembro.
A advogada do antigo presidente do Benfica, Luísa Cruz, terá alegado que existe por parte de Vale e Azevedo, dirigente do clube enre 1997 e 2000, um interesse legítimo.
A mesma revista refere que o requerimento estará a atrasar a notificação da acusação aos arguidos porque estes, assim como o Ministério Público, têm de responder ao pedido de Vale e Azevedo, que será depois decidido por um juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Apesar de a Operação Lex ter sido desencadeada há mais de dois anos, a acusação ainda não foi revelada.
A Operação Lex tem como principais arguidos o antigo juiz Rui Rangel e a sua ex-mulher, a também desembargadora Fátima Galante (aposentada compulsivamente). Esta foi conhecida em 30 de janeiro de 2018, quando foram detidas cinco pessoas e realizadas mais de 30 buscas. Teve origem numa certidão extraída do caso Operação Rota do Atlântico, que envolveu o empresário de futebol José Veiga, suspeito de crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.
O desembargador Rui Rangel, demitido da magistratura, é suspeito receber avultadas quantias através de favorecimentos e de várias ligações a empresários e figuras do desporto, como o Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, que resultaram na indiciação por corrupção/recebimento indevido de vantagens, de branqueamento de capitais e fraude fiscal.
Entre os vários arguidos constituídos contam-se, além de Rui Rangel e de Fátima Galante, Luís Filipe Vieira, o funcionário judicial da Relação Octávio Correia, o advogado Santos Martins e o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.