O incêndio que começou no domingo em Proença-a-Nova e foi esta quarta-feira dado como dominado pode ter tido origem de “natureza criminal”, disse o ministro da Administração Interna (MAI).

Eduardo Cabrita falava aos jornalistas em Sobreira Formosa, Proença-a-Nova, depois de este incêndio, que se alastrou aos concelhos de Oleiros e Castelo Branco, ter sido dado como dominado esta quarta-feira de manhã. De acordo com o governante, o incêndio poderá “ter começado por causa dolosa de natureza criminosa”. Esta indicação preliminar foi dada ao ministro pela GNR, que está a investigar as causas do incêndio em conjunto com a PJ.

“Não são admissíveis nestas áreas, pelas suas condições naturais de risco muito elevado [de incêndio], comportamentos negligentes que aumentam o risco e provocam incêndios. Ainda menos admissíveis são os indicadores preliminares que ainda hoje nos foram transmitidos pelo Comando Regional da GNR de que o incêndio possa ter começado por causa dolosa”, vincou o ministro.

De acordo com Eduardo Cabrita, cerca de um quarto dos incêndios devem resultar de atividade criminosa. O ministro congratulou-se por este ano os tribunais terem aumentado “a proporção dos casos em que a prisão preventiva é a resposta, quando a GNR consegue identificar ou deter os suspeitos”. O governante afirmou que terão ardido entre 15 a 16 mil hectares neste incêndio, salientando que as primeiras projeções, realizadas no domingo, davam como limite máximo de área abrangida pelo fogo 50 a 60 mil hectares. “Cerca de um terço da área ardeu nas primeiras dez horas de desenvolvimento”, notou, frisando o “potencial de crescimento catastrófico” que o fogo apresentava.

Em declarações aos jornalistas, Eduardo Cabrita realçou ainda o combate a este incêndio, que impediu uma evolução para norte (Pampilhosa da Serra) ou para leste, para dentro do distrito de Castelo Branco. O ministro referiu ainda que dos dois bombeiros feridos com gravidade na sequência do incêndio, um já teve alta do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). O incêndio foi dado como dominado esta quarta-feira por volta das 09h, afirmou à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco.

Na terça-feira, a Proteção Civil afirmou que o incêndio estava com cerca de 90% do perímetro dominado, numa linha com mais de 60 quilómetros de extensão.

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