O exército israelita bombardeou esta quarta-feira vários locais na Faixa de Gaza, na sequência de novos ataques ao Estado hebreu, noticiou a agência France-Presse (AFP), que citou fontes de segurança palestinianas.
Os primeiros ataques vieram de militantes palestinianos na Faixa de Gaza, que dispararam dois foguetes contra Israel na noite de terça-feira, causando dois feridos. De acordo com as mesmas fontes, Israel retaliou durante esta madrugada. As sirenes soaram antes do amanhecer em cidades limítrofes da Faixa de Gaza, um enclave palestiniano de dois milhões de habitantes controlado pelo movimento de resistência islâmica Hamas e sob bloqueio israelita, indicaram. A rádio oficial do Hamas na Faixa de Gaza anunciou pelo menos três novos ataques com foguetes a Israel, enquanto fontes de segurança em Gaza relataram ataques aéreos israelitas ao enclave.
Os primeiros ataques, na terça-feira, coincidiram com a assinatura de acordos de normalização de relações entre Israel e dois países árabes na Casa Branca, em Washington. Os palestinianos opõe-se aos acordos com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, vendo-os como uma traição à sua causa pelos países árabes, que concordaram em reconhecer Israel sem garantir concessões territoriais. Na terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, presidiu à assinatura dos dois acordos diplomáticos entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, que prometem mudar o equilíbrio de forças no Médio Oriente. Em reação, o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, afirmou que “não haverá paz” no Médio Oriente sem o “fim da ocupação” dos territórios palestinianos.
O Hamas governa Gaza desde 2007, quando tomou o poder da Autoridade Palestiniana, apoiada internacionalmente. Desde então, Israel e Egito impuseram um bloqueio ao território costeiro. Vários grupos militantes palestinianos operam em Gaza, mas Israel responsabiliza o Hamas por todos os ataques e normalmente responde aos disparos de foguetes com ataques aéreos contra alvos militantes. Israel e Hamas travaram três guerras desde 2007. O Egito e o Qatar intermediaram um cessar-fogo informal, em que o Hamas se comprometia a travar os ataques em troca de ajuda económica e alívio do bloqueio, mas o acordo foi quebrado em várias ocasiões.