Fernando Ulrich, atual “chairman” do BPI, está proposto para integrar o futuro conselho de administração do CaixaBank, que se vai tornar um “gigante” bancário após a aprovação da fusão entre o CaixaBank e o Bankia. Segundo comunicado de imprensa do Caixabank, Ulrich será um dos diretores externos independentes da administração do banco, que será composta por 15 pessoas, 60% das quais independentes.
O antigo presidente-executivo do BPI, hoje líder do conselho de administração, integrará, assim, a administração do CaixaBank – instituição que irá absorver o Bankia e, graças a isso, criar o banco líder em Espanha, com mais de 20 milhões de clientes, uma quota de mercado em créditos e depósitos de 25% e 24%, respetivamente, e operações geograficamente diversificadas. Uma dessas operações fora de Espanha é, precisamente, o BPI, que a partir de final de 2018 passou a ser totalmente detido pelo Caixabank.
Com 67 anos, Ulrich começou a carreira profissional no jornalismo económico, na fundação do jornal Expresso, onde escrevia sobre mercados financeiros sob o pseudónimo Vicente Marques. Passou, dois anos depois, a desempenhar funções na delegação de Portugal da OCDE em Paris (1975-1979), no Ministério dos Negócios Estrangeiros (1979-1980) e como Chefe de Gabinete do Ministro das Finanças (1981-1983), quando Francisco Pinto Balsemão era primeiro-ministro. Nesse ano, em 1983, entrou para a Sociedade Portuguesa de Investimento, antecessora do BPI, a convite de Artur Santos Silva, atual presidente honorário do BPI.
Em abril de 2004, e já com o cargo de vice-presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich tornou-se presidente-executivo da entidade, cargo que ocupou até abril de 2017, quando assumiu a presidência do conselho de administração, a convite do acionista CaixaBank.