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A sensação agridoce que é ter em Alex Telles o melhor jogador da equipa (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 4 anos

Assistiu, bisou pela primeira vez, tornou-se o defesa mais goleador da história do FC Porto. Alex Telles foi o melhor dos dragões com o Sp. Braga (3-1): e se sair, deixa um vazio difícil de preencher.

O lateral brasileiro marcou aquele que acabou por ser o golo da vitória dos dragões ainda nos descontos da primeira parte
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O lateral brasileiro marcou aquele que acabou por ser o golo da vitória dos dragões ainda nos descontos da primeira parte

AFP via Getty Images

O lateral brasileiro marcou aquele que acabou por ser o golo da vitória dos dragões ainda nos descontos da primeira parte

AFP via Getty Images

No último ano, Pinto da Costa não se limitou na hora de elogiar Sérgio Conceição. Elogiou o treinador mesmo depois de este ter colocado o lugar à disposição depois da derrota na final da Taça da Liga, elogiou o treinador quando o FC Porto estava a sete pontos do primeiro lugar, elogiou o treinador quando os dragões conquistaram o Campeonato e a Taça de Portugal. O presidente é um declarado admirador de Sérgio Conceição, que considera ser o herdeiro de Pedroto — mas parece que não é o único.

Na antevisão da visita ao FC Porto, Carlos Carvalhal foi questionado sobre o facto de ter orientado Taremi na época passada, no Rio Ave, o avançado iraniano que é agora reforço dos dragões. Mas desvalorizou a individualidade do jogador. “É um excelente jogador mas a haver uma estrela no FC Porto é o Sérgio Conceição, que fez um trabalho fantástico. O que nos preocupa é a qualidade da equipa no seu todo, não temos o nosso foco nas individualidades”, garantiu o treinador dos minhotos, num elogio claro ao colega de profissão.

Ficha de jogo

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FC Porto-Sp. Braga, 3-1

1.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

FC Porto: Marchesín, Manafá, Mbemba, Pepe, Alex Telles, Danilo, Uribe (Loum, 86′), Sérgio Oliveira (Zaidu, 71′), Otávio (Fábio Vieira, 90+2′), Corona (Taremi, 86′), Marega

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Diogo Leite, João Mário, Soares, Evanilson

Treinador: Sérgio Conceição

Sp. Braga: Matheus, Sequeira (Tormena, 76′), Al Musrati (Iuri Medeiros, 76′), Abel Ruiz (Schettine, 60′), David Carmo, Ricardo Horta, Fransérgio, Raúl Silva (Galeno, 60′), Bruno Viana, Ricardo Esgaio, Castro (André Horta, 60′)

Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Rolando, João Novais, Moura

Treinador: Carlos Carvalhal

Golos: Castro (21′), Sérgio Oliveira (45+1′), Alex Telles (gp, 45+4′ e 89′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Viana (11′), a Esgaio (60′), a Sérgio Oliveira (68′), a David Carmo (79′); cartão vermelho direto a Raúl Silva (75′)

Os dois treinadores cruzavam-se este sábado na primeira jornada da Primeira Liga: uma primeira jornada que tinha então no calendário esse encontro entro campeão nacional e o terceiro classificado da época passada. Se o objetivo do FC Porto, este ano, é revalidar o título, tentar novamente a dobradinha e ir atrás de bons resultados na Liga dos Campeões, o objetivo do Sp. Braga é procurar conquistar mais um troféu, depois da última Taça da Liga, manter um lugar nos três primeiros da classificação e ir o mais longe possível na Liga Europa.

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Os dragões reforçaram principalmente o ataque, através de Taremi e Evanilson, e só contrataram o lateral Zaidu para além dos dois avançados. Fábio Silva e Vitinha rumaram ao Wolverhampton e a imprensa inglesa garante que o negócio que vai levar Alex Telles para o Manchester United está praticamente fechado, naquele que seria um duro golpe para o FC Porto. Este sábado, porém, o lateral brasileiro ainda estava à disposição de Sérgio Conceição e era um de 11 jogadores num onze totalmente decalcado da última temporada: sem reforços e em 4x3x3, com Manafá e Telles nas alas, Danilo, Uribe e Sérgio Oliveira no meio-campo e Otávio e Corona no apoio mais direto a Marega. Taremi, Evanilson e Zaidu, as novidades, estavam no banco, Luis Díaz estava castigado depois de ter sido expulso no derradeiro jogo da última época e Cláudio Ramos está ainda lesionado.

Do outro lado, o Sp. Braga perdeu Trincão, Hassan, Wilson Eduardo e João Palhinha. Os minhotos contrataram Gaitán, que vai estar de fora durante um mês depois de se ter lesionado na pré-época, e ainda Al Musrati, Schettine, Iuri Medeiros e Castro. Este sábado, no Dragão, a principal ausência do onze era Paulinho, que passou a semana com problemas físicos e era substituído por Abel Ruiz no ataque, e os reforços Al Musrati e Castro estreavam-se pelo Sp. Braga a nível oficial. A lógica da equipa era ainda a herdada de Rúben Amorim: três centrais, dois laterais que fazem todo o corredor e dois elementos no meio-campo.

Os primeiros minutos do jogo mostraram desde logo um FC Porto que queria pegar na partida e assumir a dianteira do resultado: logo nos instantes iniciais, Otávio tocou de calcanhar para Marega e o avançado maliano falhou por pouco um remate que seria letal para o Matheus (2′). Marega voltou a beneficiar de outra oportunidade pouco depois, atirando rasteiro para as mãos do guarda-redes minhoto (9′), mas a bola acabaria por entrar mesmo mais à frente — ainda que o resultado tenha ficado na mesma. Corona apareceu em profundidade na direita, tirou um adversário da frente e cruzou para o segundo poste, onde Marega surgiu a amortecer de cabeça para a entrada da grande área; Otávio, vindo de trás, atirou um remate forte e certeiro para abrir o marcador (14′). O lance, porém, acabou anulado por fora de jogo de Corona no início da jogada, ainda que tenha sido o arquétipo daquilo que era a ideia de Sérgio Conceição para a partida.

Corona, no corredor direito, tinha espaço e abertura para explorar a profundidade e não encontrava em Raúl Silva, um central alto e menos veloz, um opositor à altura. O jogador mexicano era o principal desequilibrador do FC Porto, a par de Otávio na faixa central, sendo que era em Uribe que se notavam as maiores diferenças face à época passada. O médio sul-americano, que no ano anterior estava sempre demasiado preocupado com tarefas defensivas para arriscar no ataque, tem agora livre-passe de Sérgio Conceição para se chegar mais à frente e faz isso mesmo, aparecendo várias vezes em zonas de finalização.

O FC Porto estava a dominar e a controlar mas, ainda assim, ainda não tinha conseguido abrir o marcador. O Sp. Braga, por outro lado, só precisou de uma oportunidade para fazer a diferença: Fransérgio ofereceu profundidade na direita e combinou com Esgaio, que cruzou largo para o poste mais distante; Sequeira amorteceu para a entrada da grande área e Castro, em velocidade, rematou rasteiro e bateu Marchesín (21′). O médio português, que voltou a Portugal via Sp. Braga depois de ter deixado o futebol nacional há sete anos, não festejou o golo marcado contra a equipa onde completou a formação e se estreou enquanto profissional. Os minhotos voltaram a colocar a bola dentro da baliza logo depois, por intermédio de Abel Ruiz, mas o espanhol estava fora de jogo (23′).

O FC Porto sentiu a desvantagem e teve dificuldades em voltar a pegar no jogo, perdendo algum discernimento e concentração — algo que levou Sérgio Conceição à loucura no banco de suplentes, com João Pinheiro a pedir calma ao treinador dos dragões. O aproximar do intervalo trouxe novamente uma renovada tranquilidade ao FC Porto, que entretanto ia aproveitando o recuar progressivo do Sp. Braga, e Sérgio Oliveira acabou por empatar a partida já nos descontos, com um cabeceamento certeiro na sequência de um cruzamento de Alex Telles na esquerda (45+1′). E num golpe de teatro imprevisível, os dragões acabaram mesmo por conseguir dar a volta ao resultado ainda antes do intervalo: Raúl Silva fez falta sobre Marega dentro da grande área e Alex Telles, na conversão, colocou o FC Porto a ganhar mesmo no fim da primeira parte (45’4′). O lateral brasileiro, que pode então estar de saída rumo ao Manchester United, assistiu e marcou e foi sozinho o grande responsável pelo desatar de um nó que estava bem apertado no Dragão.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Sp. Braga:]

No início da segunda parte, nenhum dos treinadores fez qualquer alteração — ainda que a primeira parte tenha deixado visível que o FC Porto estava vários furos acima do Sp. Braga na noite deste sábado. Abel Ruiz, na frente de ataque minhota, estava totalmente desaparecido e os setores da equipa de Carlos Carvalhal estavam muito separados, sem o entrosamento necessário para construir as investidas ofensivas rápidas que na temporada passada foram letais para grande parte dos adversários.

Ainda assim, os minhotos voltaram melhores para a segunda parte e poderiam ter marcado logo nos primeiros instantes, com Ricardo Horta a falhar surpreendentemente na cara de Marchesín com a bola totalmente controlada (49′). O Sp. Braga veio do intervalo com maior intensidade e as linhas mais subidas, destacando-se principalmente a maior proximidade entre Horta, Fransérgio e Ruiz. Carlos Carvalhal mexeu pela primeira vez pela hora de jogo, quando a partida atravessava um período mais incaracterístico, e trocou Castro, Abel Ruiz e Raúl Silva por André Horta, Schettine e Galeno, passando a atuar em 4x4x2.

O FC Porto entrou num período de gestão, até por estar a realizar o primeiro jogo oficial da temporada e ainda não ter o ritmo competitivo desejado, e o Sp. Braga não conseguiu materializar um maior controlo dos acontecimentos em aproximações à baliza de Marchesín. Ricardo Horta foi quem ficou mais perto de empatar, com um remate de muito longe que passou ao lado (70′), mas ainda assim eram os dragões a causar mais perigo sempre que chegavam perto da grande área minhota. Até ao fim, o jogo perdeu qualidade e fluidez, arrastando-se ao longo de várias interrupções, faltas e protestos de parte a parte. Raúl Silva, já sentado no banco de suplentes, foi expulso por João Pinheiro e é baixa para Carlos Carvalhal para o jogo da próxima jornada, contra o Santa Clara. Sérgio Conceição ainda deu minutos tanto a Zaidu como a Taremi, que se estrearam na equipa principal dos dragões, e o avançado iraniano conquistou uma grande penalidade na primeira intervenção que teve na partida. Na conversão, Alex Telles voltou a não falhar e bisou pela primeira vez na carreira (89′), ultrapassando Jorge Costa e Zé Carlos e tornando-se o defesa mais goleador da história do clube, com 26 golos.

O FC Porto apanhou um susto, chegou a estar a perder mas conseguiu dar a volta ainda na primeira parte, confirmando que é, neste momento, melhor equipa do que o Sp. Braga, apesar das limitações físicas de parte a parte. Mais do que isso, os dragões conseguiram bater os minhotos, algo que em três jogos na época passada (dois para o Campeonato mais a final da Taça da Liga) nunca conseguiram alcançar. Alex Telles, com uma assistência e dois golos, foi o elemento ‘mais’ do FC Porto, tal como tantas vezes aconteceu desde que chegou ao Dragão: o que não deixa de ser um sentimento agridoce para os adeptos dos dragões, que podem começar a pensar muito seriamente em como vai atuar a equipa se o lateral rumar mesmo ao Manchester United e à Premier League.

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