O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou esta quinta-feira que vão ser criadas áreas dedicadas a doenças respiratórias para utentes com o vírus SARS-CoV-2 ou sem o novo coronavírus.
“Vão ser criadas áreas dedicadas a doenças respiratórias, fruto da evolução das áreas dedicadas Covid” e da “aprendizagem” que foi feita com essas estruturas, disse António Lacerda Sales, à margem da conferência “Valorizar e Reforçar os Serviços de Saúde na Região de Leiria”, organizada pelo Grupo Económico e Social da Região de Leiria, no Mosteiro da Batalha.
Agora, essas áreas dedicadas serão adequadas e adaptadas àquilo que é uma época diferente, onde pode coexistir a doença Covid com a não Covid respiratória, e até em situação de coinfeção”, afirmou o secretário de Estado.
Segundo explicou, sendo uma área dedicada a doenças respiratórias será possível fazer a diferenciação do diagnóstico e “criar circuitos de distribuição e de segurança para que as pessoas possam ser diferenciadas entre doença Covid e doença não Covid, sendo que a sintomatologia é a mesma”.
“Estamos a aperfeiçoar e vamos melhorar estas áreas dedicadas às doenças respiratórias, obviamente tendo sempre a montante o SNS 24, que é a estrutura que faz a indicação para a pessoa se dirigir à área dedicada respiratória, se houver necessidade, através do algoritmo”, acrescentou.
Na conferência, Lacerda Sales afirmou que o “critério de segunda vaga é subjetivo”, admitindo que se está a enfrentar uma “fase de crescimento epidémico sustentado”.
“Este crescimento epidémico pode vir a ser uma segunda vaga — como se lhe queiram chamar —, mas isto só aumenta a nossa consciência de que temos de nos proteger, sobretudo, os mais vulneráveis”, avançou, ao referir que a doença tem vindo a “mudar o seu perfil e a sua caracterização”.
Hoje, cerca de 10/11% dos novos casos são acima dos 70 anos e à volta de 50%, entre os 20 e os 49 anos. Isto significa que estamos a proteger bem as faixas mais vulneráveis, nomeadamente em lares e os mais idosos, mas reconheço que pode haver alguns comportamentos mais laxivos, no sentido de maior facilitismo nas faixas mais jovens”, referiu.
Lacerda Sales afirmou também que Portugal vai “duplicar a capacidade de testagem”.
“Estávamos a fazer à volta de 12/13 mil testes, queremos chegar aos 24 mil testes diários e isso duplica nossa capacidade de testagem”, declarou.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde — eleito do PS pelo círculo de Leiria — salientou que Portugal já testou “mais de dois milhões de pessoas e 240 mil por milhão de habitantes“.
Somos o sexto país da Europa a testar. Estamos a ampliar a nossa rede de expansão laboratorial, que terá reflexo ao nível das diferentes regiões. Tem o foco no Serviço Nacional de Saúde, mas também o apoio da academia e do setor privado. Garantidamente conseguiremos fazer entre 43 a 45 mil testes diários ao nível do país, juntando estas três forças”, sublinhou.
O governante precisou que “muito rapidamente” poder-se-á chegar aos 24 mil testes diários.
Em agosto, António Lacerda Sales já tinha indicado que a tutela está a trabalhar na expansão da capacidade laboratorial com o objetivo de duplicar a capacidade de testagem para cerca de 22.000 testes por dia, referindo que àquela data eram feitos 10.000 testes por dia no Serviço Nacional de Saúde.