Ainda é só um cenário que deriva da falta de acordo do PS com os seus parceiros à esquerda para aprovar o Orçamento de Estado mas se uma crise política se concretizar, o Chega arrisca-se a ser o maior beneficiado. De acordo com uma sondagem feita pelo ICS-ISCTE para o Expresso e SIC, o PS ficaria nos mesmos 37% das eleições de outubro de 2019, o PSD também não ultrapassaria os 27% de há um ano, o Bloco desceria de 9,5% para 8%, a CDU teria os mesmos 6% e só o Chega subiria.
Segundo o estudo de opinião publicado este sábado no Expresso, o partido de André Ventura poderia ter 7% dos votos se as eleições se realizassem hoje. O que representa uma subida de 5,3 pontos e poderia mesmo ter uma bancada parlamentar superior aos 12 deputados que o PCP tem atualmente.
Na mesma sondagem, o PAN e a Iniciativa Libera teria igualmente subidas ligeiras: o partido dos animais poderia ter 4% (quando teve 3,3% em 2019) e os liberais subiriam de 1,3% para 2%. Já o CDS não passaria dos 2% — o que representa quase metade da sua votação nas eleições de 2019 — e o Livre desapareceria do mapa parlamentar.
Presidenciais: Marcelo eleito à primeira volta
A mesma sondagem, cujo trabalho de campo foi realizado entre 14 e 24 de setembro, indica ainda que Marcelo Rebelo de Sousa será eleito sem dificuldade à primeira volta nas presidenciais de 2021: 65% dos inquiridos indicam que votarão pela reeleição do atual Chefe de Estado. Ainda assim longe dos 70,3% que Mário Soares teve nas eleições de 1991, o record eleitoral que o Marcelo persegue.
Na luta entre Ana Gomes e André Ventura pelo segundo posto, o estudo ICS-ISCTE indica que a ex-eurodeputada tem uma vantagem clara: 12% contra 8%.
A candidata Marisa Matias está muito perto de Ventura, com 7% dos inquiridos a garantirem que votariam na eurodeputada do Bloco de Esquerda, e João Ferreira tem exatamente a mesma percentagem de votos que o PCP: 6%.