Ter muitos estrangeiros não significa necessariamente ter mais qualidade mas, no basquetebol nacional, por norma é isso que acontece. Na final da Taça de Portugal entre FC Porto e Sporting, um clássico que já não se via no jogo decisivo da competição há mais de 40 anos, nove dos dez titulares eram estrangeiros, por coincidência todos eles americanos, a que se juntava o poste João Fernandes – a novidade dos leões, caso contrário seria um duelo 100% dos EUA com Jalen Henry. No entanto, foi do banco que chegou a chave do triunfo, fosse pelas opções lançadas na partida (como Francisco Amiel), fosse pelas mexidas defensivas que foram sendo introduzidas. E os leões foram mais fortes nesse particular, vencendo por 87-78 e ganhando o título quatro décadas depois.

FC Porto vence clássico com Benfica e apura-se para final da Taça de Portugal (ainda relativa a 2019/20)

O FC Porto teve uma entrada forte no jogo, muito bem no plano ofensivo com 15 pontos só nos quatro minutos iniciais com Max Landis e Tinsley de mão quente aproveitando ainda a boa presença dos reforços nos ressaltos ofensivos. Da parte do Sporting, com maiores dificuldades no jogo 5×5, Travante Williams, Ellisor e Fields foram tentando disfarçar os problemas criados pelos azuis e brancos, colocando a partida em 17-11 a meio do primeiro tempo numa final mais movimentada do que se esperava no arranque. As trocas nas duas equipas tiveram o condão de não baixar o ritmo, com os leões a melhorarem com a entrada de Diogo Ventura para gerir o jogo e os dragões a manterem uma boa percentagem no tiro exterior, saindo a vencer por 27-24 no primeiro período.

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Os dois conjuntos tinham percentagens de lançamento muito interessantes, em especial o conjunto de Moncho López que estava nos 64% e começou o segundo parcial com mais um triplo de Miguel Queiroz. E perante um jogo mais forte em termos coletivos no ataque dos azuis e brancos, Luís Magalhães experimentou depois uma defesa mais apertada de Pedro Catarino a Max Landis que estabilizou os leões no plano defensivo naquela que foi a pior fase também da primeira parte, com alguns turnovers e lançamentos falhados que “pararam” o marcador. Jalen Henry, outra das caras novas do Sporting e que não foi titular, conseguiu o primeiro empate a 41 com um triplo mas, no antes do intervalo, o FC Porto voltou a passar para a frente por Landis e Torrié (44-42).

O segundo tempo recomeçou de novo com a formação leonina a mostrar capacidade de discutir, mesmo que no ataque recorrendo mais do que o adversário às iniciativas individuais. Foi assim, neste caso com Ellisor em plano de destaque, que os lisboetas tiveram a primeira vantagem do jogo em 50-48 a 6.30 minutos do final do terceiro período mesmo com Travante a passar mais tempo no banco por já ter três faltas. Moncho López pediu desconto para descobrir soluções para ultrapassar a defesa zona mista com marcação individual a Landis, chegou mesmo a tirar o americano do encontro mas o ascendente contrário manteve-se, com dois triplos de Ellisor e João Fernandes a darem um avanço de sete pontos e nova paragem técnica, antes do final do período com 60-53.

Os dragões tinham dez minutos para responder a uma entrada falhada para o segundo tempo, também por mérito da defesa dos leões, e conseguiram dar alguns sinais de retoma com Brad Tinsley a assumir outro protagonismo no ataque que encurtou de forma ligeira a distância no marcador antes da importante entrada de Travante Williams que voltou a dar outro fôlego ao Sporting, aumentando a vantagem para 73-64. Moncho López tentava todas as soluções possíveis em termos ofensivos para voltar à boa fase do arranque do jogo, João Soares manteve a equipa viva com dois triplos seguidos, mas a história do encontro estava escrita, com os lisboetas a vencerem a sua sexta Taça de Portugal, prova que não ganhavam desde 1980 quando bateram o Sangalhos por 93-59. Já os dragões perderam a sua oitava final, não conseguindo revalidar o título numa prova onde soma já 14 triunfos.