O oitavo dia da Volta a Itália começou mais cedo do que é normal, neste caso por um resultado surpresa fora do plano desportivo: Simone Yates, apontado por alguns como uma possível surpresa nesta edição mas que seguia no 21.º lugar da geral a 3.52 minutos do camisola rosa, saiu da corrida devido a um teste rápido positivo para Covid-19, tornando-se o primeiro a desistir numa grande prova por ter contraído o novo coronavírus.

No final da etapa desta sexta-feira, que ligou Matera e Brindisi, o britânico que chegou a liderar por quase duas semanas o Giro em 2018 revelou ligeiros sintomas e a Mitchelton decidiu de imediato realizar um teste rápido de despistagem, que deu positivo, e fez um segundo que acabou por confirmar a infeção. A equipa australiana testou depois de todos os seus elementos, que deram negativo, mas ficou mesmo sem o seu chefe de fila, em mais uma baixa de peso no pelotão depois da desistência de Geraint Thomas devido a uma queda. Já a Mitchelton recebeu autorização para se manter na Volta a Itália, tendo de realizar mais testes por precaução nos próximos dias além dos que já estavam previstos pela organização, nos dois dias de descanso (o primeiro na segunda-feira).

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Essa acabou por ser a principal notícia antes do arranque para a oitava etapa, entre Giovinazzo e Vieste numa distância de 200 quilómetros, antes de uma fuga que pela primeira vez teria sucesso nesta edição do Giro: Simone Ravanelli (Androni Giocattoli–Siderme), Joey Rosskopf (CCC), Matthias Brändle, Alex Dowsett (Israel Start-Up Nation), Matt Holmes (Lotto Soudal) e Salvatore Puccio (Ineos) descolaram do pelotão, chegaram aos dez minutos de vantagem e cedo perceberam que não haveria grande vontade do pelotão em ir buscar os fugitivos antes da etapa dura que se avizinha este domingo, sendo que Jakob Fugslang ainda passou por uma situação mais delicada devido a um problema técnico que o obrigou a acelerar para se recolocar no pelotão.

Alex Dowsett conseguiu depois descolar na parte do circuito final, saiu para a última volta com uma vantagem de quase meio minuto e garantiu a primeira vitória de sempre para a Israel Start-Up Nation numa grande prova de três semanas, à frente de Rosskopf, Holmes e Puccio que ainda reduziram a distância antes de novo forcing do britânico para o triunfo. Cá atrás, o pelotão estava quase a 13 minutos de distância, com João Almeida a rolar com os outros melhores classificados que chegaram em pelotão com 13.56 minutos de atraso do líder.

Desta forma, o corredor português da Deceuninck-Quick Step mantém os 43 segundos de vantagem sobre o espanhol Pello Bilbao, da Bahrain McLaren, e os 48 segundos em relação ao holandês Wilco Kelderman, da Team Sunweb. Os principais candidatos à vitória final também mantêm a mesma distância, com Vincenzo Nibali em quinto (1.01), Jakob Fuglsang em sétimo (1.19) e Steven Kruijwijk em oitavo (1.21).