O candidato do PCTP/MRPP nas eleições dos Açores, Pedro Leite Pacheco, defendeu esta quinta-feira a abolição das subvenções aos partidos políticos ou a uma igualdade na sua distribuição, reconhecendo ser um fator perigoso para as populações.
Pedro Leite Pacheco, terceiro na única lista do partido nestas legislativas, concorrente a São Miguel, falava à Lusa via telefone, no quinto dia da campanha para as legislativas dos Açores que decorrem em 25 de outubro.
“O facto de se estar a subvencionar de forma diferenciada os diferente partidos leva a que as pessoas, naturalmente, sejam conduzidas ao seguinte raciocínio ‘se o PS e o PSD vai gastar um milhão, dois milhões de euros nesta campanha, esses é que têm dinheiro, então vou votar neles‘, isto é perigosíssimo”, denunciou.
De acordo com o antigo professor, a população está a viver “um período muito condicionado”, reiterando que “não devia haver subvenções a nenhum partido e, a haver subvenções, deviam ser todas por igual”.
“Nós estamos ainda a viver um período em que a população está muito condicionada, exatamente por essa relação de dependência, neste caso, não de um senhor, mas de um salário e de quem tem dinheiro para o pagar”, afirmou.
Pedro Leite Pacheco lembrou ainda que o país e o mundo “estão a entrar numa crise dramática”, onde as pessoas deixaram de “discutir as coisas”.
Para o candidato, tanto Portugal como a região dos Açores encontram-se “num percurso descendente”, reconhecendo que os Açores estão a transformar-se “numa colónia”, admitindo, no entanto, haver progresso nas ilhas.
“Há progresso, há. Temos o Observatório da Terceira que dá fotografias de uma galáxia a milhares de anos luz. Temos mais automóveis que pessoas a viver em São Miguel. Toda a gente tem telemóvel, mas a verdade é que a ilha está a venda de uma ponta à outra. As pessoas que vivem e trabalham na região têm cada vez menos recursos para comprar seja o que for e a dada altura só podem comprar aquilo que os outros quiserem vender”, desabafou.
Pedro Leite Pacheco recordou ainda a previsão dos abastecimentos de inverno, lembrando que nos seus tempos de criança “havia fartura de produtos hortícolas e fruta” e que não se dependia tanto das importações.
“Houve uma estratégia para eliminar a produção local, regional“, sublinhou, exemplificando com as Flores, que “estão dependentes das importações”, sublinhou.
O PCTP/MRPP concorre às próximas eleições regionais para a Assembleia Legislativa, pelo círculo de São Miguel, com José Afonso Lourdes como cabeça de lista.
Às legislativas dos Açores candidatam-se 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.
Nas últimas eleições regionais de 2016, de um total de 13 forças politicas, o PCTP/MRPP ficou em 10.º lugar, com 0,32% (302 votos).
No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.