Maioria dos doentes com um caso moderado ou severo de Covid-19 continuam a apresentar sintomas passado dois a três meses após receberem alta, concluiu um estudo da Universidade de Oxford divulgado esta segunda-feira. Falta de ar, fadiga, ansiedade e depressão são os sintomas mais comuns.

Com o objetivo de determinar os efeitos da Covid-19 a longo prazo em utentes hospitalizados, o estudo estima que 64% dos pacientes continuam a sentir falta de ar e em 55% subsiste o sintoma de fadiga. Também foram detetadas anormalidades nos órgãos dos doentes — 60% continuam a anomalias nos pulmões, 29% nos rins, 26% no coração e 10% no fígado, apesar de Stefan Neubauer, um dos autores do estudo, ter ressalvado “ser complicado entender quais eram as anormalidades que os pacientes tinham antes de contrair a doença”. Ainda assim, o professor da Universidade de Oxford realça que há uma “correlação entre inflamação crónica e dano contínuo a órgãos dos sobreviventes”.

Também o cérebro é afetado pelo novo coronavírus, indica a Universidade de Oxford. Nos pacientes estudados, foram detetadas mudanças em partes do cérebro e, por consequência, detetou-se um desempenho cognitivo aquém do esperado. A saúde mental dos pacientes foi algo que o estudo igualmente averiguou — e concluiu que maioria dos pacientes sentem ansiedade e, inclusive, começaram a sentir-se deprimidos.

O estudo indica ainda que é importante “explorar os processos fisiológicos associados à Covid-19 e criar um modelo integrado de atendimento clínico para os pacientes que receberam alta“, disse Betty Raman, co-autora.

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