A Agência Europeia do Ambiente (AEA) alertou esta quinta-feira para o aumento do consumo de plástico na Europa, relacionado com exigências sanitárias devido à Covid-19, que pode pôr em causa os esforços de redução.

“A pandemia de Covid-19 e as restrições impostas para lutar contra a propagação da doença tiveram efeitos positivos temporários sobre o ambiente na Europa (…), no entanto houve consequências negativas, como o aumento da utilização de plásticos de utilização única”, diz a AEA, que tem sede em Copenhaga (Dinamarca), num comunicado esta quinta-feira divulgado.

Entre os pontos positivos, a concentração de dióxido de azoto (NO2), um gás produzido principalmente pelos veículos e pelas centrais térmicas e que pode causar inflamação das vias respiratórias, baixou 61% em Espanha, 52% em França e 48% em Itália, no mês de abril.

Os três países tinham posto em prática medidas drásticas de confinamento.

Presume-se também, diz a Agência, que a poluição sonora baixou igualmente, já que está relacionada com as atividades que produzem NO2.

No entanto a pandemia de Covid-19 levou a uma maior dependência dos plásticos de uso único, devido às novas exigências de higiene, o que contribuiu para “um aumento da poluição atmosférica e das emissões de gases com efeito de estufa“, afirma-se no comunicado.

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A AEA nota que a pandemia levou a um súbito aumento da procura mundial de equipamentos de proteção individual, como máscaras, luvas, batas e frascos de desinfetante.

“O aumento da procura destes produtos poderá pôr em causa os esforços da União Europeia para reduzir a poluição por plástico e evoluir para um sistema de plástico mais durável e circular”, avisa a Agência.

A AEA acrescenta ainda no comunicado que o preço do petróleo, que atingiu um nível historicamente baixo no início do ano, tornou “muito mais barato” fabricar produtos de plástico a partir de materiais virgens à base de combustíveis fósseis do que reciclar plástico.