A última vez que a vimos no cinema foi em 2014, no filme “Voce umana”, realizado pelo filho Edoardo Ponti. E, como 2020 não podia ser um ano só de más notícias, eis uma boa nova: Sophia Loren está de regresso na Netflix no filme “La vita davanti a sé”, uma adaptação da obra de Romain Gary com o mesmo nome.
Aos 86 anos, a italiana interpreta Madame Rosa, uma sobrevivente do Holocausto que acolhe em sua casa Momo, um rapaz senegalês de 12 anos.
Num evento virtual organizado pela Netflix e pelo American Film Institute, citado pelo El Español, Loren garantiu que está longe de pôr um ponto final na sua carreira. “Acho que não vou parar. Trabalharei tudo o que puder, claro que sim”, afirmou a atriz, que foi a primeira mulher a vencer o Óscar de Melhor Atriz com um papel interpretado numa língua que não inglês, com o filme de Vittorio de Sica “Duas Mulheres” (1960).
À semelhança do seu último filme, “La vita davanti a sé” é realizado por Edoardo Ponti. Sobre a interpretação da mãe, o realizador disse que quis dar a conhecer um lado mais natural de Loren: “Queria que fizesse coisas que nunca tinha feito antes, espontâneas.”
Espontâneas ou não, a verdade é que o filme trouxe boas memórias a Loren, que recordou à Variety um dos momentos preferidos da sua carreira enquanto atriz: a cena do filme “Um Dia Inesquecível” (1977), onde a sua personagem está no terraço de um prédio, a dobrar roupa, enquanto confessa os seus sentimentos ao vizinho, interpretado por Marcello Mastroianni.
“Quando o Edoardo decidiu fazer uma das principais cenas no telhado do prédio da Madame Rosa… foi a primeira vez em muito tempo que fiz filmagens num telhado e fui dominada por um mar de memórias e emoções”, recorda, acrescentando que passaram mais de 40 anos entre a cena do filme de Ettore Scola e o filme realizado pelo filho.