“O conteúdo é chocante, o debate é imprescindível.” O novo livro de Cristina Ferreira, intitulado “Pra Cima de Puta”, que chega às livrarias e supermercados de todo o país esta sexta-feira, é um “convite da autora ao debate, à discussão pública da violência gratuita na Internet e nas redes sociais e respetivas consequências”, informa a editora Contraponto em comunicado de imprensa.
O livro em questão inclui um prefácio do escritor Valter Hugo Mãe e textos, em capítulo próprio, da jurista Dulce Rocha, da filósofa Joana Rita Sousa, do médico psiquiatra Júlio Machado Vaz, da socióloga Maria José da Silveira Núncio e do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht. Além disso, inclui “uma forte – e potencialmente perturbadora – componente gráfica a acompanhar o texto” da apresentadora.
Na quinta-feira a editora assegurava que, “em função do elevadíssimo número de encomendas em pré-venda”, já tinha avançado com a reimpressão do título — ainda antes de chegar ao mercado, o livro vai para a 2.ª edição. No mesmo dia, Cristina Ferreira deixou um aviso nas redes sociais: “Este é um livro que vai abrir a discussão. Que seja o início do caminho”.
Esta sexta-feira, Cristina Ferreira partilhou ainda um dos comentários que recebeu através das redes sociais, com a seguinte legenda: “Isto foi escrito na minha página. Por uma mulher. Para toda a gente ler. Isto foi escrito publicamente. Isto é apenas uma das milhares de mensagens que recebi nos últimos tempos. O choque do título #pracimadeputa é pequeno quando comparado com o que pode ler no livro”. A apresentadora refere que estes comentários refletem “os últimos meses” da sua vida, os quais incluem a transição da SIC para a TVI — no verão de 2020 era notícia que Cristina Ferreira estava de regresso à estação de Queluz enquanto acionista e administradora da Media Capital (em resposta, a SIC exigiu uma indemnização de milhões de euros).
Na sinopse do livro, já publicada em algumas plataformas de venda, é possível ler a seguinte descrição:
O que aqui mostro pretende ser uma abertura de caminho para uma análise sociológica que é preciso fazer. Não é para terem pena de mim ou da minha família. É para percebermos que mulheres e homens atacam ferozmente. Na maioria das vezes, sem conhecimento de causa, por inveja pura e simples ou por qualquer outro sentimento que os especialistas saberão identificar melhor do que eu.”
Admitindo que o livro é “uma provocação” e uma “chamada de atenção”, a apresentadora sugere que o mesmo anda à volta das muitas críticas que recebe nas redes sociais — só no Instagram soma 1,4 milhões de seguidores. “Um dia, daqui a muito tempo, alguém pegará neste livro e conseguirá entender como eram as redes sociais nesta década do século XXI. Talvez encontre algumas pistas”, lê-se ainda na sinopse.
O livro foi anunciado pela primeira vez pela apresentadora há cerca de uma semana: o post de Instagram da capa tinha como legenda “Não julgues o livro pela capa” e acumulou mais de 51 mil gostos.